Vítima no caso de 'cobrança de dívida' no PR pressentiu a morte e fez algo para garantir que fosse identificado

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Rafael Juliano Marascalchi, uma das quatro vítimas assassinadas após tentativa de cobrar uma dívida no Paraná, escondeu seu RG dentro do próprio sapato antes de morrer. O documento foi encontrado manchado de sangue pelas autoridades durante as investigações do crime ocorrido em julho de 2025. Os corpos foram localizados em uma área de mata na região de Icaraíma, onde teriam sido enterrados após o assassinato.

"Em algum momento que ele teve a possibilidade de fazer isso, entre agressões ou no momento em que foi rendido, ele guardou o RG no tênis. Tinha muito sangue no RG. E é muito estranho que ele tenha colocado isso lá, mas, certamente, ele fez isso em um momento de intenso perigo e medo, imaginando que fosse morrer ali, para garantir que fosse identificado [no futuro]", declarou a advogada Josiane Monteiro.

A advogada confirmou a descoberta após questionar as autoridades sobre a localização do documento. "Eu perguntei à polícia onde encontraram e me disseram que estava dentro do sapato dele", explicou.

As investigações indicam que Rafael Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Robishley Hirnani de Oliveira, junto com Alencar Gonçalves de Souza, foram vítimas de uma emboscada preparada pelos devedores Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo. Os quatro homens foram mortos após tentarem cobrar R$ 255 mil relacionados a uma transação imobiliária rural.

Segundo a advogada, as vítimas sofreram violência antes da execução.

"Acredito que ele [Rafael] não morreu no momento da emboscada, e os traumas [nos corpos deles] mostram isso", afirmou Josiane. Uma das vítimas apresentava afundamento craniano, hematomas e perfurações por arma de fogo.

Diego, Robishley e Rafael atuavam há 13 anos no ramo de cobranças, utilizando métodos considerados agressivos e persuasivos pela polícia. Os três saíram de São José do Rio Preto com destino a Icaraíma, chegando ao município paranaense em 4 de julho, quando fizeram o primeiro contato com os devedores.

No dia 5 de julho, retornaram para continuar a cobrança e perderam contato com seus familiares. Simultaneamente, parentes de Alencar reportaram seu desaparecimento desde o meio-dia do dia 4 de julho.

O delegado responsável pelo caso mencionou dificuldades nas investigações devido à falta de informações precisas. "Os familiares deles contribuíram [com as investigações], mas não conseguem passar informações precisas sobre o negócio porque nenhum dos cobradores esclarecia exatamente a suas esposas qual era o exato objeto da cobrança. Eles falaram para elas de forma genérica que estavam vindo para o Paraná para cobrar uma dívida que tinha relação com um imóvel, mas não passaram para elas as minúcias do negócio que poderiam ajudar nas investigações", explicou.

Antonio Buscariollo e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo foram as últimas pessoas a terem contato com Alencar. Ambos foram interrogados após a notificação dos desaparecimentos e negaram envolvimento com a compra do terreno. Eles apontaram outros familiares como os verdadeiros devedores.

Inicialmente liberados, Antonio e Paulo Ricardo tiveram mandados de prisão preventiva expedidos posteriormente. Quando as autoridades retornaram para cumpri-los, não encontraram nenhum integrante da família Buscariollo. A polícia identificou possíveis cúmplices dos Buscariollo e pode solicitar novas prisões em breve.

Atualmente, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo são considerados foragidos pela justiça.

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da Redação