
Conafer, 2ª maior entidade envolvida nas fraudes, prossegue captando associados e recruta vendedores com comissão de 10%
29/09/2025 às 06:36 Ler na área do assinante
A Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) mantém ativa sua estratégia de captação de novos associados enquanto é investigada pela PF (Polícia Federal) em esquema de fraude no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O presidente da entidade, Carlos Lopes, prestará depoimento nesta segunda-feira (29) na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que apura o caso no Congresso Nacional.
A Confederação ocupa a segunda posição entre as entidades com maior volume de recursos obtidos via descontos em folha no INSS. A organização acumulou R$ 484 milhões provenientes desses descontos entre 2019 e 2024, ficando atrás apenas da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que registrou R$ 2,1 bilhões no mesmo período.
Em agosto, a entidade realizou treinamento online para recrutar vendedores, oferecendo comissão de 10% sobre cada nova adesão. Os associados pagam mensalidade de R$ 37, o que gera comissão de R$ 3,70 por cliente angariado. A captação intensificou-se após o INSS bloquear os descontos automáticos nos benefícios previdenciários.
No material promocional, a Conafer define seu público-alvo como pessoas "de baixa renda e baixa consciência de mercado", incluindo agricultores familiares, ribeirinhos, quilombolas, povos originários, trabalhadores informais, autônomos, idosos e famílias sem plano de saúde. Para atrair esse público, a entidade promete benefícios como auxílio de R$ 200 para medicamentos e R$ 1.000 em caso de morte acidental.
O site da Confederação apresenta inconsistências nos depoimentos de supostos associados. Um indígena identificado como Julio Cesar Pataxó afirma: "Eles nos apoiam com seriedade, fortalecem nossa cultura e garantem espaço de fala nos debates nacionais". A fotografia que acompanha esse depoimento aparece em perfis de redes sociais de diferentes pessoas, como Pedro Augusto Francisco Neto e Jorge Andrade.
Imagens atribuídas ao agricultor Ricardo R. Ramos e à empreendedora Anne Roberta também são utilizadas em múltiplos perfis na internet. Apesar dessas inconsistências, a Conafer afirma em seu site possuir mais de 70 mil afiliados ativos em todo o Brasil. Em comunicado divulgado em suas redes sociais em junho deste ano, a entidade declarou contar com 597,2 mil associados com vínculo válido.
A AAB (Associação de Aposentados do Brasil), entidade secundária mantida pela Confederação, também realiza descontos em benefícios do INSS, embora não esteja na lista de investigadas pela PF. A AAB recebeu R$ 28 milhões provenientes desses descontos entre agosto de 2024 e abril de 2025, o que representa aproximadamente R$ 3 milhões mensais durante esse período de nove meses.
Antes dos problemas financeiros decorrentes da investigação, a Conafer mantinha presença no Congresso Nacional, sustentando a Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Rural. A entidade financiava o aluguel da sede da frente em uma mansão no Lago Sul, em Brasília, e custeava despesas como café da manhã durante o lançamento do grupo parlamentar.
Essa atuação junto ao Congresso facilitou o acesso da Confederação a emendas parlamentares, direcionadas ao Instituto Terra e Trabalho. Foram empenhados R$ 14,5 milhões provenientes de emendas de seis parlamentares e duas bancadas nos anos de 2023 e 2024. Desse montante, R$ 9,3 milhões já foram efetivamente pagos.
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