O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) explicou qual será a estratégia da oposição na Câmara dos Deputados para tentar garantir que Jair Bolsonaro seja contemplado em um projeto de anistia. A proposta, que está sob relatoria de Paulinho da Força (SD), pode receber alterações caso o texto inicial não inclua o ex-presidente.

Segundo Nikolas, se a versão apresentada pelo relator for ampla e irrestrita, a oposição apoiará integralmente. Caso contrário, a bancada deve apresentar destaques para ampliar o alcance da medida.

“Uma anistia é o caminho da pacificação do nosso país, mas a gente sabe que há entraves. Então o primeiro passo é na Câmara, e aí não sabemos como virá o texto. Se o texto contemplar todo mundo, ok, seremos a favor da anistia, claro. Se ele excluir diversas pessoas, é evidente que colocaremos destaques para serem votados”, afirmou.

O parlamentar também fez um apelo direto aos eleitores para pressionarem seus representantes:

“Este é o ponto importante que eu peço para que você, que está vendo esta entrevista, cobre do seu deputado para que ele vote favoravelmente aos destaques que incluam todos nesta anistia. Depois dessa batalha, obviamente, isso seguirá para o Senado. Será a próxima batalha.”

Nikolas ainda ressaltou que, em sua visão, a anistia deveria abranger até mesmo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.

“Nós sabemos que há uma dificuldade enorme do ministro Alexandre de Moraes em aceitar qualquer tipo de acordo de anistia para Bolsonaro e os demais. A minha posição é que todos sejam incluídos, até porque este é o caminho da pacificação. E é um caminho muito simples, que poderia anistiar todo mundo, inclusive o próprio ministro Alexandre de Moraes, acusado de cometer violações de direitos humanos”, declarou.

Para o deputado, a inclusão de Bolsonaro e de outros alvos de processos judiciais é essencial para o que ele chama de “reconciliação nacional”. O tema, no entanto, deve enfrentar forte resistência no Congresso e junto ao Judiciário.

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