Libertem Bolsonaro!

Ler na área do assinante

A manutenção da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo sem denúncia do PGR, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, expõe de forma dramática a fragilidade do Estado de Direito no Brasil contemporâneo.

O episódio revela um quadro paradoxal da justiça brasileira. A Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, ambos exilados nos Estados Unidos, por supostos crimes contra o estado democrático de direito, não denunciando Jair Bolsonaro, embora indiciado em inquérito da polícia federal. Ainda assim, o Supremo Tribunal Federal manteve a medida restritiva contra o ex-presidente, ignorando princípios elementares do devido processo legal.

Esse tipo de ação se inscreve no que, historicamente, se conhece como prisão política. Governos e regimes que não suportam a oposição recorrem a expedientes judiciais ou extrajudiciais para neutralizar adversários. Quando se prende ou restringe a liberdade de alguém sem que haja denúncia formal, ou quando se ignora a própria ausência de acusação, não se está mais diante da justiça, mas de uma arma de coerção política.

Ao manter prisão domiciliar a um ex-presidente sem denúncia formal, o STF envia uma mensagem inquietante: não são mais as provas ou o devido processo que definem a liberdade de um cidadão, mas a vontade de um punhado de magistrados que se arvoram acima da Constituição.

A prisão política de Jair Bolsonaro é, portanto, mais que um ataque individual, é um alerta ao país de que as garantias fundamentais podem ser suspensas quando convém ao poder, e que a democracia brasileira, tão celebrada em discursos, está se convertendo em uma caricatura trágica.

Libertem Bolsonaro!

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.