

O roteiro primário cuidadosamente criado para o teatrinho das eleições de 2026 criado pelo mecanismo - o sistema atrasado que quer se manter no poder - poderia até dar certo.
Domesticar o bolsonarismo mantendo Jair Bolsonaro refém e cooptar sua força política para apoio ao seu candidato, o dócil e negociável Tarcísio de Freitas é a ideia.
Que falha, porque o roteiro ignora dois fatos fundamentais:
Primeiro: não conseguem entender a essência do enorme poder político de Jair Bolsonaro.
Sem visão, imaginam que podem destruir ou transferir esse poder aniquilando e cancelando o homem. Não podem.
O que Jair Bolsonaro trouxe ao Brasil foi uma ideia, um conceito de luta pela liberdade que mesmo com seu desaparecimento permanecerá viva e forte no povo brasileiro.
Segundo: mesmo o enorme aparato mobilizado pela ditadura: imprensa estatal vendendo o roteiro a todo o vapor, apoio de empresários corruptos, de farialimers inconsequentes e até do marionete do executivo, lula - que declarou que quer Tarcísio como adversário- o script parece falhar miseravelmente diante de uma surpresa: o surgimento de um pequeno grupo que tem Eduardo Bolsonaro como líder e opção para 2026.
Eduardo se mantém fiel aos princípios do pai, aquele Bolsonaro de 2018, entendendo perfeitamente a realidade: acordos com o sistema, como os feitos, não levarão a lugar algum como não levaram- e jamais se identificarão com o povo.
Em 2018, seria impensável um acordo de jair Bolsonaro com tipos como waldemar da costa neto, kassab, alcolumbre, hugo motta e outros.
Mas eles existem, por parte de Jair Bolsonaro.
E é exatamente contra esses acordos que Eduardo, um ponto muito fora da curva, luta, se indispondo com o próprio pai e irmãos.
Eduardo já declarou, alto e bom som, que só abre mão de uma possível candidatura a presidente em favor do pai ou do irmão.
Toda e qualquer tentativa marota e suja do mecanismo para destruir o projeto de Anistia, como a proposta absurda de 'dosimetria' -ou redução de penas- para quem não cometeu crime algum é rejeitada firmemente por ele.
A própria proposta de Anistia, sob essa ótica, já é em si uma esmola.
Os canhões do mecanismo se voltam agora para Eduardo Bolsonaro e o objetivo será conseguir sua ilegibilidade, evidentemente.
Jair Bolsonaro está no Brasil -onde não deveria estar- doente, preso e cancelado.
Mas a ideia está em seu filho Eduardo Bolsonaro e no pequeno grupo que o apoia - Paulo Figueiredo, Allan dos Santos - longe das garras da ditadura.
É a única resistência - uma espécie de Maria Corina do Brasil - ao plano do sistema para manter os brasileiros em suas rédeas e continuar a vampirizar o país.
E pode ser, se o sistema não conseguir apagá-la a tempo, a única luz no futuro.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.