Grande maioria das entidades que descontaram de aposentados contratou operadores como o careca do INSS
04/10/2025 às 06:37 Ler na área do assinanteO Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) identificou que 27 das 40 associações que firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) para descontos em benefícios previdenciários contrataram operadores atualmente investigados pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A descoberta consta em levantamento interno realizado neste sábado (4).
Os documentos analisados pelo INSS mostram que estas entidades, que representam quase o dobro das associações alvo da Operação Sem Desconto de abril deste ano, contrataram empresas pertencentes aos próprios dirigentes, firmas suspeitas de falsificação de assinaturas e procurações para lobistas do esquema conhecido como "Farra do INSS".
Em sete processos para estabelecimento de acordos com a autarquia previdenciária, foram encontrados e-mails, procurações e solicitações assinadas por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Entre estes documentos está material entregue mediante procuração assinada por Maria Inês Batista de Almeida, ex-presidente da Associação de Beneficiários, Pensionistas e Aposentados do Brasil (Ambec).
A Ambec movimentou R$ 500 milhões com descontos de aposentados entre 2021 e abril de 2025. Maria Inês, que trabalhava como faxineira para a Prevident, empresa de Maurício Camisotti, faleceu em novembro de 2024. A PF identificou Camisotti como beneficiário final de pelo menos três entidades envolvidas nas fraudes, tendo sido preso em setembro deste ano junto com Antunes.
Em depoimento à CPMI do INSS, Antunes afirmou nunca ter mantido contato com dirigentes da Ambec, Cebap e Unsbras, apenas com Camisotti. Segundo o lobista, o empresário atuava como "representante" dessas associações.
Durante a pandemia, Antunes solicitou ao INSS, em nome da Ambec, autorização para registrar filiações usando apenas assinaturas digitais. Posteriormente, a entidade enviou fichas de filiação sem elementos de segurança que permitissem verificar a autenticidade dos documentos.
Outras sete entidades apresentaram procurações e solicitações em nome de Antunes ou demonstraram vínculos com seus sócios, incluindo a Keeper, Cebap, Unsbras, AP Brasil e Asabasp. Nos contratos com as associações, Antunes recebia comissão de 27,5% sobre cada nova filiação obtida por suas empresas.
Cecília Rodrigues Motta, também investigada por operar para entidades e realizar pagamentos a dirigentes do INSS, aparece em documentos fornecidos pela Cenap Asa, Keeper e AAPEN. Um desses registros mostra que Cecília e Igor Delecrode participaram de uma reunião por videoconferência com representantes da Diretoria de Benefícios do INSS em novembro de 2024.
O escritório de Cecília recebeu R$ 14 milhões de associações envolvidas no esquema, segundo a PF. Ela transferiu R$ 630 mil para empresas da esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgilio de Oliveira Filho, e seu escritório de advocacia realizou transferências de R$ 520 mil para Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.
A análise das procurações anexadas aos processos dos ACTs demonstra que o INSS recebeu repetidamente os mesmos procuradores representando diferentes entidades. O advogado Cecílio Galvão, que possui procuração da Unibap, mantém escritório em Recife, mas recebeu procuração de uma aposentada residente em Taguatinga, no entorno do Distrito Federal.
Os documentos revelam ainda que assinaturas digitais e dados biométricos das entidades eram validados por empresas dos próprios dirigentes dessas associações. Igor Dias Delecrode, com pouco mais de 30 anos e ex-dirigente de três associações, criou sites de validação de assinatura pela empresa Power Bi Tech.
Os serviços de Delecrode foram contratados por oito entidades que movimentaram R$ 1,4 bilhão com os descontos em benefícios previdenciários. O Poder Judiciário tem desconsiderado fichas de assinaturas dessas entidades por indícios de fraude. Em um caso específico, a geolocalização indicava que um idoso teria se filiado a 580 quilômetros de sua residência.
Anderson Ladeira, ex-gerente do banco BMG, fundou a AASPA em 2022 logo após deixar a instituição financeira. Ele apresentou ao INSS fichas de filiação processadas pela Dataqualify, empresa da qual é sócio.
Entre os investigados pela PF está Thiago Schettini, cuja empresa Pagglo aparece contratada pela Keeper. A empresa Confia presta serviços à ANAPPS e ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula. O Sindnapi realizou pagamentos milionários a empresas de seus próprios dirigentes.
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