Demência atinge um dos maiores nomes da história da música brasileira

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O cantor Milton Nascimento, de 82 anos, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL). A família do artista confirmou a informação à revista piauí na quinta-feira (2). Os exames realizados em abril deste ano identificaram deterioração cognitiva, condição para a qual não existe cura.

Augusto Nascimento, filho e empresário do músico, foi o primeiro a notar mudanças no comportamento do pai em 2025. O clínico geral Weverton Siqueira, que acompanha Milton há 10 anos, solicitou exames após identificar lapsos de memória e alterações comportamentais.

Entre os sintomas observados estavam olhar fixo, repetição de histórias e mudanças no padrão alimentar. O diagnóstico de DCL soma-se a uma condição prévia de Parkinson que já afetava o artista.

O cantor encerrou sua carreira nos palcos em 2022 com a turnê "A Última Sessão de Música", mas continuou participando de projetos musicais após sua aposentadoria. No início deste ano, Milton foi homenageado pela escola de samba Portela no carnaval carioca, com o enredo "Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol".

A família informou que não divulgará novos comunicados sobre o diagnóstico e pediu privacidade.

O QUE É A DEMÊNCIA POR CORPOS DE LEWY

A DCL representa cerca de 10% dos casos de demência diagnosticados no mundo, sendo a segunda forma mais comum de demência neurodegenerativa, atrás apenas do Alzheimer. A condição afeta principalmente pessoas acima de 65 anos, com maior incidência após os 70 anos.

A doença é caracterizada pelo acúmulo anormal de proteínas alfa-sinucleínas nos neurônios, interferindo no funcionamento normal das células nervosas e comprometendo funções cerebrais essenciais.

O tratamento disponível foca no controle dos sintomas. Médicos utilizam medicamentos como anticolinesterásicos e memantina, também usados para Alzheimer, para gerenciar sintomas cognitivos. Para manifestações motoras, são prescritos medicamentos como a levodopa, que aumenta os níveis de dopamina no cérebro.

DIFERENÇAS ENTRE PARKINSON E DCL

Embora compartilhem características patológicas semelhantes, Parkinson e DCL apresentam manifestações clínicas distintas. Na doença de Parkinson, os sintomas motores aparecem antes dos problemas cognitivos, com a demência afetando principalmente a memória quando se desenvolve.

Na DCL, o quadro cognitivo surge primeiro, seguido pelos sintomas motores. A DCL compromete menos a memória e mais as funções executivas do cérebro, como planejamento e tomada de decisões.

Para diferenciar as duas condições, os médicos aplicam a "regra de 1 ano": quando a demência surge mais de um ano após os sintomas motores, o diagnóstico tende a ser de Parkinson.

A DCL não possui causas genéticas claramente identificadas. Os fatores de risco ambientais incluem exposição a agrotóxicos, poluição, sedentarismo, obesidade e problemas cardiovasculares não tratados.

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da Redação