E agora Barroso, o que vai fazer com sua declaração de que a corte atua politicamente?
As críticas, cada vez mais sonoras e com repercussão internacional sobre as condutas levianas, injustas e até criminosas, da mais alta corte do Brasil, e claro, sobre aqueles que as defendem, reverberam fortemente dentro da própria corte. Ao que tudo indica, há um caos entre os ministros do STF.
Mas vamos nos ater apenas sob o aspecto político da questão, ponto alto do discurso do ministro Luís Roberto Barroso, quando ele declarou que a corte seria um poder político há algum tempo no Brasil, deixando de ser um departamento técnico judicial.
Após medidas restritivas e sanções que os Estados Unidos impuseram ao Brasil e contra determinadas e pontuais autoridades, o discurso entre os ocupantes da camada superior da prateleira da discórdia, chamada STF, tem sido de lamentações, medo e “revolta”. Tudo isso amparado, no mesmo tom, pela imprensa e pelos políticos da esquerda, seja no legislativo, seja no judiciário, que na parte média da prateleira, vem dando algum respiro aos ministros. Na parte inferior da prateleira, os mulos de plantão e os doutrinados arrebanhados no universo do aparelhamento do sistema.
O discurso é centrado num ponto original: todas as medidas americanas têm cunho político!
Ora, essa gente tem que pedir explicações ao Barroso e, simultaneamente, fazer a autocrítica, ou parar de choramingar pelos cantos. Dentre as várias incursões das falas do ministro, destacamos o “Perdeu, Mané” e o “derrotamos o bolsonarismo”.
O campeão na “defesa” da corte e das decisões tomadas ali, sempre com o rabicho da tal “defesa da democracia e da soberania”, é o ministro Gilmar Mendes. Se naturalmente o cara não pode ver um holofote, agora, dando pinta de desespero, o decano já se manifestou 27 vezes através da imprensa, sempre se achando divino, acima de qualquer um que cruze seu caminho. E para quem não abriu o bico para desconectar a corte e os ministros do discurso politiqueiro do Barroso, o Gilmar pisa em ovos agora.
E por falar em imprensa e seus militantes, a vergonha nacional, sempre os vejo na ofensiva contra as medidas restritivas do presidente Donald Trump, seja lá qual for. Falar mal e agir contra o sistema é coisa do diabo para eles. E o pior é que eles não têm o menor constrangimento para mentir e fazer da incoerência um lugar comum em seus comentários, o que os coloca como os patéticos da pátria.
Na fritada dos ovos, se antes não havia obstáculos para o STF fazer de gato e sapato dos brasileiros, e ainda pisoteando a Constituição Federal, como um front ditatorial, bastou alguém levantar a voz contra eles, que a política do Barroso “foi pro saco”. Antes, o viés político era exaltado, agora, não mais?
E aí, Barroso, o STF é ou não é um poder político?
Pelo visto, o poder político da vossa eminência não alcança além das fronteiras tupiniquins.
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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