
37 anos da Constituição, 37 anos de carreira política de Jair Bolsonaro e uma injustiça histórica
05/10/2025 às 16:17 Ler na área do assinante
Há 37 anos, em 1988, o Brasil vivia um marco histórico. Era promulgada a Constituição Federal, chamada de “Constituição Cidadã”, que prometia consolidar direitos, garantias individuais, liberdade de expressão e um sistema democrático sólido. No mesmo ano, Jair Messias Bolsonaro dava início à sua vida pública, concorrendo (e sendo eleito) ao cargo de vereador no Rio de Janeiro. Dois caminhos se abriam: o da lei fundamental da nação e o da trajetória política daquele que se tornaria o maior líder popular da história do país.
Hoje, passadas quase quatro décadas, o contraste é brutal. A Constituição, que deveria proteger a liberdade e os direitos fundamentais, vem sendo sistematicamente violada. O homem que cresceu com a Constituição, que nela acreditou e sempre se submeteu ao voto popular, encontra-se vítima de um processo ilegal, arbitrário e inconstitucional: Jair Bolsonaro está preso, transformado em alvo de perseguição política.
O Brasil de 1988 prometia nunca mais permitir que a repressão, o cerceamento da palavra e a perseguição de adversários políticos voltassem a assombrar a nação. Mas 37 anos depois, vemos justamente o contrário. Direitos que são garantidos a todos os cidadãos não alcançam Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Liberdade de expressão, presunção de inocência, devido processo legal e ampla defesa se tornaram privilégios seletivos, aplicáveis a uns, negados a outros.
Não é coincidência que ministros do Supremo Tribunal Federal estejam sendo sancionados internacionalmente por violação de direitos humanos. O mundo assiste, perplexo, a transformação do Brasil em um cenário de insegurança jurídica e autoritarismo judicial. O que deveria ser um tribunal guardião da Constituição se converteu em instrumento de perseguição contra aquele que, pelo voto, tornou-se símbolo de milhões de brasileiros.
A prisão de Jair Bolsonaro não é apenas um ataque a ele como indivíduo, mas um atentado contra a própria Constituição. É a negação da sua essência, do pacto de 1988, do compromisso com a democracia. Enquanto a Constituição completa 37 anos de existência, ela mesma é vilipendiada em sua letra e em seu espírito, justamente contra quem deveria ser protegida.
É tempo de dizer com clareza que a prisão de Bolsonaro é ilegal, é injusta e é incompatível com um Estado Democrático de Direito. Libertar Bolsonaro não é apenas libertar um homem. É restaurar a Constituição. É devolver dignidade a democracia. É resgatar o pacto que a nação fez em 1988.
Henrique Alves da Rocha
Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.