A dura verdade por trás de um "grande(?)" clube brasileiro

07/10/2025 às 12:40 Ler na área do assinante

A imprensa, especialmente a carioca, gosta de descrever o Botafogo como o grande clube. Não é. O Botafogo é sim um clube tradicional, mas um clube que nunca conquistou sequer uma Copa do Brasil e vence um campeonato brasileiro a cada 25 anos, não pode ser considerado um grande clube. Sim o Botafogo venceu o Brasileirão em 2024, mas antes disso ficou 29 anos sem vencer um torneio nacional, o último havia sido em 1995 e antes disso foi no distante ano de 1968 – ‘O ano que não terminou’ na definição imortalizada pelo escritor Zuenir Ventura.

Mesmo o ano vitorioso de 2024,  quando o Botafogo conquistou os títulos da Libertadores e do Brasileirão comprovam minha tese pois na sequencia acumulou seis eliminações nos seis torneios desta temporada — resta apenas o torneio nacional, no qual o Botafogo aparece 12 pontos atrás dos líderes Palmeiras e Flamengo. Porque se considerarmos o Botafogo ‘grande’ como classificaríamos o Cruzeiro que tem 6 Copas do Brasil e duas Libertadores ou o Grêmio que tem cinco Copas do Brasil além de 3 Libertadores e um Mundial. E nem estou considerando os 5 grandes, clubes que o mercado publicitário considera como ‘nacionais’, ou seja, que tem torcida relevante nos 26 estados brasileiros.

Apesar desse portfólio tímido, a questão esportiva está longe de ser a maior preocupação em General Severiano. A disputa pelo controle da SAF do Botafogo, entre John Textor e a Eagle Holding Football, chegou à Justiça. 

O Botafogo tem um rombo superior a R$ 1 bilhão de reais, que coloca em risco o futuro da SAF. E a culpa desse desfalque é de John Textor e Grupo Eagle. Um relatório entregue recentemente ao clube aponta que o Botafogo precisa de R$ 970 milhões para pagar as contratações de atletas feitos nos últimos anos pelo misterioso John Textor. Deste valor, R$ 626 milhões precisam ser investidos no curto prazo, em até um ano. Poderia ser um número acessível considerando que o Botafogo tem R$ 1,2 bilhão para receber. O problema é que a maioria desse crédito é da Eagle, que tem se negado a quitar.

A proprietária da SAF-Botafogo é a Eagle Football Group uma holding franco-americana fundada em 1999 e a cerca de quatro anos vem sendo dirigida por John Textor. Porém sua gestão tem sido catastrófica, na Inglaterra onde eles possuíam cerca de 40% de um clube da poderosa Premier League, o Crystal Palace, eles foram pressionados a vender essa participação e se retirarem da liga inglesa.

Na França outro fiasco, o Lyon foi rebaixado pelo controle de gestão de financeira da liga francesa (DNCG) por gestão temerária – mesmo tendo pontuação para permanecer na 1ª divisão, o Lyon, foi rebaixado no ‘tapetão’. A suspeita é que John Textor ‘vendia’ jogadores do Botafogo ao Lyon por vezes triangulando operações com o clube belga RWD Molenbeek (também de propriedade da Eagle) mas sem que houvesse o efetivo pagamento dos valores. Como os clubes pertenciam ao mesmo grupo haviam apenas créditos contábeis.

Segundo Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do futebol, em 2024 a SAF-Botafogo (cuja missão inicial era quitar as dívidas do Botafogo) já havia criado R$ 980 milhões em dívidas novas, principalmente na compra de jogadores. Fora isso o Clube de Futebol e Regatas já possuía uma dívida anteior de R$ 700 milhões que o grupo de John Textor havia se comprometido a pagar e nem iniciou. A SAF-Botafogo que acabou de ser criada, com zero de dívidas, em apenas três anos já acumulou uma dívida de R$ 200 milhões de reais com o governo referente a impostos, dívida essa que John Textor já parcelou e mesmo assim não pagou. Ao todo o Botafogo acumula dividas na casa de R$ 1,8 bilhão de reais, o faturamento do clube em 2025 deve ficar na casa do R$ 500 milhões de reais como o clube irá se sustentar?

O clube da Estrela Solitária está cada vez mais próximo da insolvência, será que valeu a pena pelos títulos em 2024. O torcedor botaguense está preparado para mais 20 ou 25 anos sem títulos de expressão? Com a palavra o abstruso John Textor...

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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