
Surge a provável hipótese do motivo que levou ao cruel assassinato do ex-delegado geral
11/10/2025 às 06:18 Ler na área do assinante
A Polícia Civil de São Paulo investiga a hipótese de que uma licitação de R$ 24,8 milhões da Prefeitura de Praia Grande estaria relacionada ao assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. O crime ocorreu em 15 de setembro, mesmo dia em que foi encerrado o processo licitatório para aquisição de equipamentos de videomonitoramento e Wi-Fi municipal.
A ata do pregão eletrônico foi gerada às 14h51 do dia 15 de setembro, cerca de três horas e meia antes da emboscada contra Ferraz, que atuava como secretário municipal de Administração. O processo licitatório havia sido iniciado em 1º de setembro, com três empresas habilitadas para os sete lotes disponíveis, enquanto dez outras tiveram propostas desclassificadas.
Desde o dia posterior ao homicídio, as autoridades consideram que o crime pode estar ligado às funções exercidas por Ferraz na administração municipal. Esta é uma das principais linhas de investigação no inquérito que busca esclarecer a motivação do assassinato.
Sandro Rogério Pardini, 60 anos, subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, foi alvo de mandado de busca e apreensão na semana passada por suspeita de envolvimento no caso. A operação policial também incluiu outros quatro funcionários da Prefeitura.
Na residência de Pardini, os policiais apreenderam computadores, pendrives, documentos e três pistolas. Também foram encontradas quantias em três moedas diferentes: R$ 50 mil, US$ 10,3 mil e 1.135 euros. Um detalhe específico chamou atenção: junto a R$ 8 mil havia uma anotação indicando a divisão desse valor com nomes de duas pessoas.
Após a operação, Pardini pediu exoneração do cargo. Por meio de sua defesa, o ex-subsecretário "nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados".
A Prefeitura de Praia Grande informou em nota que "tem ciência das duas frentes de investigações que estão em andamento pelos órgãos de Segurança". A administração municipal também afirmou que "está colaborando integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais solicitados".
Os investigadores trabalham com duas hipóteses principais: uma represália ao trabalho que Ruy desenvolvia como secretário em Praia Grande ou uma vingança relacionada ao seu histórico de combate ao crime organizado, especialmente suas investigações contra o PCC.
A Polícia Civil identificou oito pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato. Quatro delas estão presas, três continuam foragidas, e Umberto Alberto Gomes, 39 anos, morreu em confronto com a polícia.
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