Os caçadores de marginais e a proliferação dos grupos de extermínio

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Uma sociedade acuada nas mãos dos marginais. Calada por imposição dos marginais mirins que ocupam cada vez maior número de comunidades e bairros da baixada fluminense.

Marginais matam por qualquer motivo. Se um morador for flagrado fotografando o local e for entendido que as fotos poderiam de alguma forma comprometer o ‘trabalho’ dos traficantes o morador será considerado um X9 e justiçado. Sim, a palavra é ‘justiçado’, porque os jovens marginais, alguns menores de idade, assumiram as rédeas da justiça nos locais controlados pelo tráfico. Eles são a polícia, o ministério público, o juiz e o que é pior, o carrasco, porque em seu estado paralelo existe a pena de morte.

Policiais militares na reserva e moradores organizados, suspeita-se, compõem os novos grupos de extermínio que surgem na Baixada Fluminense.

Informações desencontradas dizem que os ‘caçadores’ eventualmente recolhem contribuições dos moradores, não para enriquecimento, mas para a manutenção e aquisição de armamento e combustível. 

Esses homens, que buscam fazer a justiça que não é feita de forma eficaz pelo aparato policial e judiciário mantido pelo estado oficial, que tem excesso de direitos e pouquíssimos e lentos mecanismos de cobrança de deveres, investigam, prendem e executam a pena capital os membros do crime organizado, usando as leis vigentes no próprio estado PARALELO governado pelos traficantes.

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O governo desse estado paralelo, em alguns locais muito mais presente que os escolhidos pelo voto no estado oficial, composto por rapazes escolhidos pelos grandes chefes do tráfico de drogas encarcerados em presídios de segurança máxima não hesita em aplicar as suas leis. Para muitos moradores da BAIXADA a resposta dada pelos ‘caçadores’ vem na medida certa. Para eles não há nada de errado em usar contra os marginais as suas próprias regras.

Suspeitos de pertencer ao grupo, presos em setembro, além de armas e farta munição, possuíam diversos carregadores de fuzil FAL, o que pode indicar que em certos momentos usavam armas de propriedade de outras pessoas / instituições. Coletes com o brasão da Polícia Militar foram também encontrados.

Uma população desarmada vê nos grupos de extermínio, além da possibilidade de punição contra marginais que aterrorizam centenas de milhares de pessoas, um poder dissuasório eficiente que faz com que os marginais pensem duas vezes antes de abordar um morador ou um automóvel. Havendo a possibilidade de reação, imediata ou posterior, há de se pensar se vale mesmo a pena cometer o crime.

Fonte: Jornal da Baixada Fluminense

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