O governo acabou: Poder, dinheiro e a ilusão da representatividade

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"O problema do socialismo é que um dia o dinheiro dos outros acaba." — Margaret Thatcher

A frase de Margaret Thatcher, conhecida como a Dama de Ferro, é mais do que uma crítica ao modelo econômico socialista — é uma provocação direta à forma como muitos governos operam sob o disfarce de ideologias.

Ela nos convida a refletir sobre o verdadeiro motor por trás de regimes que se dizem voltados ao povo: o poder e o dinheiro.

Ao longo da história, líderes autoritários — sejam comunistas, ditadores ou populistas — têm se escondido atrás de bandeiras ideológicas para justificar abusos, concentrar poder e garantir privilégios.

O discurso é sempre o mesmo: igualdade, justiça, progresso, DEMOCRACIA.

Mas na prática, o povo raramente é o beneficiado. O que se vê é a perpetuação de elites, o silenciamento de vozes críticas e o uso da máquina pública como instrumento de dominação.

O comunismo, por exemplo, foi vendido como a solução para a desigualdade. Mas em muitos países, acabou por sufocar a iniciativa individual, controlar a economia de forma centralizada e transformar o Estado em um aparato de vigilância e repressão.

Já ditaduras que se dizem defensoras da ordem e da tradição usam o medo como ferramenta de controle, prometendo estabilidade enquanto enriquecem seus próprios círculos e difundem mortes e prisões como necessárias.

O que une esses extremos é a busca desenfreada por poder e dinheiro.

Governantes que deveriam servir ao povo acabam se servindo dele.

Criam narrativas, alimentam polarizações e se blindam com discursos que prometem o paraíso, mas entregam escassez, censura e dependência.

A verdadeira política voltada ao desenvolvimento não se sustenta em ideologias rígidas, mas em princípios como liberdade, responsabilidade, transparência e respeito à diversidade.

O progresso de uma nação não se dá pela imposição de modelos, mas pela escuta ativa, pela valorização do indivíduo e pela promoção de oportunidades reais.

Thatcher, com sua frase cortante, nos convida a olhar além dos slogans. A perguntar: quem realmente se beneficia das decisões políticas? O povo ou os que estão no topo?

No fim, o dinheiro dos outros acaba.

Mas o que nunca deveria acabar é a vigilância cidadã, a coragem de questionar e a esperança de que um dia, governar será de fato um ato de servir — e não de se servir.

Foto de Jayme Rizolli

Jayme Rizolli

Jornalista.