

Neste sábado, 18 de outubro, a jovem Laura Bolsonaro, filha caçula do ex-presidente Jair Bolsonaro, comemora seus 15 anos, uma data que, em qualquer família brasileira, seria motivo de festa, brilho e emoção. A tão sonhada valsa com o pai, o vestido rodado, as amigas reunidas, os sorrisos, o baile… nada disso poderá acontecer.
Em vez do salão iluminado, um ambiente controlado. Em vez da orquestra, o silêncio da censura. Em vez dos convidados celebrando, apenas nove pessoas, contadas, revistadas e com os celulares confiscados, como se o crime fosse comemorar uma nova fase da vida.
A debutante não entra no salão, entra na história como símbolo de um país em que a alegria familiar precisa de autorização judicial.
O pai, em prisão domiciliar sem denúncia formal, não pode valsar com a filha, talvez porque, no Brasil atual, dançar com a liberdade virou atividade de alto risco.
Enquanto ditadores reais mundo afora festejam impunes, aqui se pune até o amor paterno e, por extensão, uma filha debutante.
Sim, Laura faz 15 anos. Mas o baile que lhe foi negado mostra que quem envelheceu, e mal, foi a nossa democracia.
Henrique Alves da Rocha
Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.