
Trump avança para acabar com mais uma guerra cruel (veja o vídeo)
19/10/2025 às 06:40 Ler na área do assinante
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou à Casa Branca nesta sexta-feira (17) para um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reunião ocorre um dia após o líder norte-americano ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e é considerada crucial para o futuro do apoio militar dos EUA a Kiev, além de influenciar a postura de Washington diante da guerra no Leste Europeu.
O principal ponto da conversa é o possível envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia — tema que divide o alto escalão do governo americano e é tratado como “extremamente sensível” dentro da Casa Branca. Durante uma coletiva de imprensa antes do encontro, Trump afirmou acreditar que “a Rússia está pronta para resolver a situação na Ucrânia”.
Ao tomar a palavra, Zelensky agradeceu o empenho do presidente norte-americano em buscar uma mediação para um possível acordo de paz.
“O presidente ucraniano suportou muita coisa”, declarou Trump. “Para ser sincero, nós suportamos isso com ele. Faz muito tempo, e acho que estamos fazendo um grande progresso”, acrescentou.
O encontro ocorre menos de 24 horas depois de uma conversa de duas horas e meia entre Trump e Putin. Segundo o Kremlin, o diálogo foi “franco e produtivo” e tratou do futuro da guerra, das negociações de paz e de uma possível cúpula em Budapeste, na Hungria, prevista para as próximas semanas. O governo russo alertou que o envio de mísseis à Ucrânia “causaria danos significativos” às relações bilaterais entre Moscou e Washington.
Antes de embarcar para os Estados Unidos, Zelensky declarou nas redes sociais que buscaria “garantias concretas” de cooperação militar, defesa antiaérea e investimentos em infraestrutura energética — um dos setores mais atingidos pelos ataques russos. Em resposta às discussões sobre os Tomahawks, o presidente ucraniano chegou a sugerir uma troca de drones por armamentos norte-americanos.
Na quinta-feira (16), após sua conversa com Putin, Trump havia reforçado sua postura cautelosa:
“Precisamos de Tomahawks e de grande parte do que enviamos. Não é fácil transferir armas para a Ucrânia”, disse.
Zelensky respondeu em tom firme:
“O Kremlin corre para retomar o diálogo assim que ouve falar dos Tomahawks. Enquanto a Rússia aposta no terror, nós trabalhamos pela resiliência da Ucrânia.”
Durante a coletiva conjunta, Trump também confirmou que pretende se reunir com Putin em Budapeste nas próximas duas semanas, em uma “cúpula bilateral”, mas assegurou que Zelensky “manterá contato” com ambos os lados.
Questionado sobre uma possível cessão de territórios ucranianos em troca de um acordo de paz, o presidente norte-americano preferiu adotar um tom ambíguo.
“Nunca se sabe”, afirmou. “A guerra é muito interessante. Nunca se sabe. Nunca se sabe, com a guerra, a guerra e a paz, mas nunca se sabe.”
A declaração reflete a oscilação recente de Trump sobre o tema: em agosto, antes de se reunir com Putin, ele sugeriu que “trocas de terras” poderiam ser inevitáveis para o fim do conflito, mas depois recuou, dizendo acreditar que a Ucrânia ainda pode recuperar todas as áreas sob ocupação russa.