
Termina a farsa de falso médico que comprou cadáver para simular o próprio enterro e escapar de acusação de homicídio
18/10/2025 às 06:34 Ler na área do assinante
Fernando Henrique Guerrero, também identificado como Fernando Henrique Dardis, pagou aproximadamente R$ 5 mil para obter ilegalmente o corpo de um indigente e simular seu próprio funeral. O crime ocorreu em Guarulhos, na Grande São Paulo, neste ano de 2025. A fraude tinha como objetivo livrar o falso médico de condenações por homicídio e exercício ilegal da medicina.
A investigação conduzida pelo MPSP com apoio da Polícia Civil e do Gaeco descobriu o envolvimento de funcionários públicos municipais no esquema. Documentos do processo judicial mostram que os valores negociados para viabilizar a fraude variaram entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, com a Polícia Civil confirmando o pagamento específico de R$ 5 mil pelo desvio do cadáver.
Servidores do serviço funerário e do sistema de controle de óbitos de Guarulhos facilitaram a "liberação de corpo não reclamado" mediante pagamento. O Ministério Público de São Paulo aponta que funcionários da Secretaria da Saúde também participaram do esquema.
"Funcionários […] teriam participado da liberação de um corpo não reclamado, mediante pagamento indevido, para que fosse utilizado na simulação do enterro de Fernando Henrique Guerrero. Há indícios de que a operação envolveu a supressão de registros do sistema de controle de óbitos e a expedição de certidão ideologicamente falsa", detalha documento do MPSP.
A Delegacia Seccional de Guarulhos confirmou a fraude em seu relatório conclusivo.
"Ficou evidenciado que o corpo utilizado na cerimônia de sepultamento não correspondia ao de Fernando Henrique, mas sim a um cadáver de indigente retirado do serviço funerário municipal de forma irregular. Há fortes indícios de conluio entre servidores públicos e o réu, com intermediação de um funcionário terceirizado, pelo valor aproximado de R$ 5 mil", afirma o documento.
A investigação revelou que Guerrero falsificou diversos documentos, incluindo certidão de óbito, atestado médico e selo digital para sustentar a farsa.
A Prefeitura de Guarulhos informou que uma sindicância está em andamento na Corregedoria municipal e que "colabora com as autoridades" desde o início das investigações.
Guerrero se entregou às autoridades em 24 de junho de 2025, apresentando-se no 1º Distrito Policial de Guarulhos acompanhado de seu advogado. Ele permanece à disposição da Justiça após a emissão de novo mandado pelo Judiciário paulista.
O juiz Emerson Tadeu Pires de Camargo, da comarca de Sorocaba, tomou medidas após a descoberta da fraude. O magistrado anulou o reconhecimento da morte anteriormente admitida, determinou a reabertura do processo criminal, revogou o reconhecimento do óbito de Fernando Henrique Guerrero e expediu novo mandado de prisão preventiva contra o falso médico em 2025.
O MPSP solicitou investigação independente para apurar crimes de falsidade ideológica, obstrução da Justiça, corrupção e vilipêndio de cadáver. O Gaeco foi acionado para aprofundar as investigações sobre o envolvimento dos servidores municipais.
Servidores da Secretaria Municipal de Guarulhos estão sendo ouvidos pelas autoridades. Investigadores realizam rastreamento bancário e telefônico para identificar os intermediários do pagamento entre o falso médico e os agentes públicos.
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