
Perdeu, “manezinho”! Barroso se despede com lágrimas nos olhos e sangue nas mãos
18/10/2025 às 12:09 Ler na área do assinante
O ministro Luís Roberto Barroso antecipou sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal. Poderia permanecer na Corte por quase uma década, mas decidiu sair agora, em um momento de melancolia, desgaste e distância crescente entre o magistrado e a opinião pública.
A saída precoce de Barroso carrega o peso simbólico de uma trajetória marcada por brilho acadêmico e, ao mesmo tempo, por decisões e posições que dividiram profundamente o país. Dono de um discurso sereno e linguagem rebuscada, o ministro jamais conseguiu converter essa retórica em admiração popular. Sai sob um manto de rejeição e incompreensão.
Parte também o homem que construiu boa parte de sua vida acadêmica, econômica e familiar nos Estados Unidos, país que, ironicamente, lhe fechou as portas após o cancelamento de seu visto e de seus familiares pelo governo Trump, em razão do apoio dado a Alexandre de Moraes, acusado sob a Lei Magnitsky de violações de Direitos Humanos. O episódio abalou não apenas o prestígio internacional de Barroso, mas também suas expectativas de uma aposentadoria confortável no exterior.
Antes de deixar o Supremo, o ministro protagonizou um gesto que acentuou ainda mais o abismo entre o tribunal e amplos setores da sociedade. Pediu ao presidente da Corte que pautasse o julgamento sobre a descriminalização do aborto e, em seu voto, defendeu uma ampliação inédita das permissões legais.
Barroso sustentou que o aborto em casos de estupro poderia ser realizado por técnicos de enfermagem e enfermeiros, contrariando o texto literal do Código Penal, que restringe o procedimento a médicos. Dispensa-se, segundo sua tese, o registro policial do crime, bastando a palavra da mulher. E, de forma ainda mais polêmica, o aborto poderia ser realizado em qualquer tempo da gestação.
A posição de Barroso gerou forte reação de personalidades pró-vida e também de entidades médicas, religiosas e juristas. Para muitos, o ministro extrapolou os limites da lei, substituindo o legislador e violando o princípio da separação dos poderes.
Com esse voto, Barroso encerra sua passagem pelo Supremo sob o signo da controvérsia. O mesmo ministro que chegou à Corte com o discurso da “supremacia da Constituição” sai sendo visto por boa parte dos brasileiros como alguém que confundiu a própria consciência com o texto da lei.
Deixa o STF o jurista erudito, mas também o símbolo de um tempo em que a toga muitas vezes se sobrepôs ao Parlamento e à vontade popular. Sai o homem, o militante de fala mansa, de decisões que feriram sensibilidades profundas da nação.
O vingativo Barroso despede-se entre lágrimas, críticas e um legado difícil de resumir, dividido entre a erudição e a arrogância judicial. Um fim melancólico para quem sonhou ser lembrado pela história como reformador, mas parte, aos olhos de muitos, como o ministro que transformou o Supremo em palco de ativismo e descrédito.
Para o recém aposentado não haveria esperança para aquele "manezinho" no ventre materno. Mas felizmente o STF decidiu revogar a decisão liminar de Luiz Roberto Barroso. A vida venceu!
Henrique Alves da Rocha
Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.