Surge um novo Toffoli para o país suportar

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Eliane Cantanhêde, em um raro momento de lucidez, faz a comparação correta: Bessias é o novo Toffoli. Ainda que tenha, como usual, viajado na maionese ao supor que Toffoli tenha tido “crise de consciência” ao votar com o PT no episódio do Mensalão, a jornalista acerta ao fazer o paralelo: o Bessias é mais um tarefeiro do PT na Corte.

A ida do Bessias para uma das 11 cadeiras mais poderosas da República me faz pensar no nível geral do Supremo. Dias atrás, Lula afirmou, diante de um constrangido Hugo Motta, que nunca houve um Congresso de tão “baixo nível” como o de agora. Ainda que, para Lula, um Congresso de baixo nível é um Congresso que não se curva às suas vontades, podemos dizer o mesmo do Supremo: nunca se viu uma composição de tão “baixo nível” como a de agora.

Antes de continuarmos, uma pequena digressão. Em 1796, com dois mandatos de presidente já cumpridos, George Washington era amplo favorito a ser eleito pela terceira vez no Colégio Eleitoral. No entanto, Washington abriu mão da candidatura, pois não queria que a República Americana ficasse dependente de uma única pessoa. Assim, nascia a tradição, que se tornaria lei somente em 1951, de apenas dois mandatos por presidente. Essa tradição não foi quebrada nem em 1876, quando Ulysses Grant, herói da Guerra Civil, tentou a terceira eleição, mas teve a sua indicação negada pelo Partido Republicano, mesmo com o seu favoritismo. A institucionalidade falou mais alto.

Voltando. O “nível” de um país é o nível de suas elites políticas, econômicas e intelectuais. Se o nível das instituições e, em uma instância, do povo, é baixo, é porque as elites puxam para baixo. Em uma república presidencialista, o presidente tem uma responsabilidade imensa sobre a qualidade das instituições. Se o Congresso tem baixo nível, se o Supremo tem baixo nível, o presidente tem o seu quinhão de responsabilidade. Lula é um dos principais responsáveis pela continuidade da tradição de rebaixar as instituições brasileiras para atender aos seus próprios interesses. Não é o único, mas o seu protagonismo na vida nacional o faz ser o mais responsável, em uma longa cadeia temporal que remete a D. Pedro I, com raríssimas exceções no meio do caminho.

Cantanhêde, no final de sua coluna, urge-nos a orar pra que Bessias tenha na Constituição o seu Norte. Devo lembrar à jornalista que Deus não retira a liberdade aos homens. Portanto, o Brasil será sempre fruto das escolhas de suas elites.

Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.

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