MST quer enviar militantes à Venezuela em apoio a Maduro contra os EUA
19/10/2025 às 20:35 Ler na área do assinanteO Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja enviar militantes à Venezuela para apoiar o governo de Nicolás Maduro diante do agravamento das tensões com os Estados Unidos. A informação foi confirmada por João Pedro Stédile, dirigente nacional do movimento, durante o Congresso Mundial em Defesa da Mãe Terra, realizado entre os dias 8 e 10 de outubro em Caracas, com delegações de 65 países.
Em um discurso inflamado, Stédile declarou:
“[Vamos] firmar um compromisso aqui em Caracas. Aos gringos, não se atrevam a entrar na Venezuela porque todos nós cerramos fileiras e estaremos com vocês. Contem com o povo brasileiro, de Guatemala, Uruguai. Os povos da América Latina estaremos com vocês lutando até que o último marinheiro volte para alguma tumba em seu próprio país. Viva Hugo Chávez, viva o povo da Venezuela, viva a unidade dos povos”.
Em entrevista concedida à Rádio Brasil de Fato na última quinta-feira (16), o líder do MST admitiu que as brigadas formadas pelo movimento não possuem preparo militar, mas afirmou que os militantes podem contribuir de outras maneiras.
“Fazer mil e uma coisas, desde plantar feijão e fazer comida para os soldados a estar ao lado do povo se houver uma invasão militar dos Estados Unidos”, disse.
Stédile informou que o grupo está promovendo reuniões e consultas com o objetivo de, “no menor prazo possível, organizar brigadas internacionalistas de militantes de cada um dos nossos países para ir à Venezuela e nos colocarmos à disposição do governo e do povo venezuelano”. Atualmente, o MST já mantém integrantes atuando no país, prestando apoio em projetos de produção agroecológica.
Nas últimas semanas, a tensão entre Washington e Caracas se intensificou. O governo americano mobilizou forças militares no mar do Caribe, destruindo embarcações que, segundo a Casa Branca, estariam ligadas ao narcotráfico. O presidente Donald Trump também autorizou a CIA a realizar operações na Venezuela, e, de acordo com o The New York Times, cogita permitir ações diretas contra o regime de Maduro.
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da Redação