Saída de Fux da 1ª turma pode alterar equilíbrio na 2ª turma e provocar choque direto com Gilmar
21/10/2025 às 19:00 Ler na área do assinanteO ministro Luiz Fux solicitou oficialmente sua transferência da Primeira para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi confirmado nesta terça-feira (21) e pode alterar o equilíbrio de forças dentro da Corte, em meio a tensões entre ministros.
Com a mudança, Fux deixará de participar dos julgamentos relacionados aos próximos núcleos da “trama golpista” que tramitam no STF. A alteração na composição das turmas acontece dias após um embate público entre Fux e o ministro Gilmar Mendes durante sessão plenária.
Na nova configuração, Fux integrará o mesmo colegiado que os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Observadores têm interpretado essa aproximação como a formação de um "mini-STF".
A Segunda Turma, que já conta com Gilmar Mendes, deverá se tornar um espaço de maior tensão institucional. Na semana passada, Gilmar criticou o extenso voto de Fux que resultou na absolvição de Bolsonaro, além de questionar um pedido de vista que paralisou uma ação contra Sergio Moro.
O caso ganha complexidade porque o próprio Gilmar figura como vítima no processo de calúnia que foi interrompido pelo pedido de vista criticado.
Durante o julgamento do núcleo de desinformação da trama golpista realizado hoje, Fux fez referência indireta a Gilmar, declarando que "ainda estamos no mesmo jogo", indicando que as divergências entre eles permanecem ativas.
Se aprovada a transferência, a Segunda Turma deverá se transformar em um ambiente de frequentes embates. De um lado, Gilmar Mendes, conhecido por manifestações contundentes; de outro, Luiz Fux, que tem buscado equilibrar argumentações técnicas com posicionamentos que analistas consideram "cirúrgicos".
A movimentação de Fux demonstra como as dinâmicas internas do STF incorporam elementos de articulação e alianças estratégicas, além das questões jurídicas.
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da Redação