Arquiteta brasileira vítima de tráfico humano será julgada hoje no Camboja por tráfico de drogas
23/10/2025 às 06:24 Ler na área do assinante
A arquiteta Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, está detida há sete meses na Prisão Provincial de Banteay Meanchey, no Camboja.
A família da arquiteta afirma que ela foi vítima de tráfico humano. Daniela é acusada de tráfico de drogas, e a família sustenta que substâncias ilegais foram plantadas em seus pertences.
O julgamento do caso deve acontecer nesta quinta-feira (23) no país do Sudeste Asiático.
Daniela, de acordo com o relato de uma irmã, teria viajado para o Camboja em 30 de janeiro, após receber uma proposta de emprego na área de telemarketing.
Logo após chegar no país, segundo a irmã, ela percebeu que o complexo onde trabalhava e morava era estranho e se incomodou com o fato de ter que entregar o passaporte na chegada.
Pouco depois, descobriu que o trabalho consistia em aplicar golpes em brasileiros. Entrou em desespero e pediu para deixar o local. Segundo Lorena, no dia 26 de março, policiais apareceram no dormitório e anunciaram sua prisão por posse de 3 cápsulas ilícitas, plantadas em seus pertences.
Após sua prisão, os criminosos se apoderaram de seu celular e extorquiram sua família. Aproximadamente R$ 27 mil foram transferidos aos golpistas antes que os familiares percebessem a fraude.
O primeiro contato da família com Daniela ocorreu em 29 de março. A brasileira informou ter solicitado um teste toxicológico para comprovar sua inocência, pedido negado pelas autoridades cambojanas.
Uma ONG local providenciou assistência jurídica para Daniela. Seus familiares no Brasil organizaram uma campanha de arrecadação online com objetivo de reunir R$ 60 mil para cobrir despesas com advogados, passagens aéreas e itens básicos.
O caso de Daniela segue um padrão identificado em outros brasileiros vítimas de redes de tráfico humano no Sudeste Asiático. Estas organizações atraem estrangeiros com falsas promessas de trabalho legítimo e bem remunerado.
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