Traficantes vítimas: o crime organizado e a desorganização do governo Lula

24/10/2025 às 21:16 Ler na área do assinante

Na completa ausência de políticas públicas de segurança, o governo federal parece mais empenhado em encontrar justificativas para a inércia do que em enfrentar o crime organizado que toma conta do país. Lula e seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, vivem um embate retórico sem resultado prático, batendo cabeça na defesa indireta das facções criminosas que hoje dominam vastos territórios brasileiros.

Em recente pronunciamento na Indonésia, Lula criticou os Estados Unidos por realizarem operações contra traficantes em outros países, afirmando que isso fere a soberania nacional. O presidente chegou a dizer que os traficantes são, na verdade, “vítimas” dos usuários, e que o combate deveria se concentrar no consumo, não na repressão às organizações criminosas. O discurso, embora ideologicamente conveniente, ignora um dado elementar: grande parte dessas facções já é considerada terrorista pelos Estados Unidos, justamente por seu envolvimento com sequestros, assassinatos, tráfico de armas e financiamento de grupos internacionais.

No Brasil, porém, o governo Lula se recusa a reconhecer o caráter terrorista dessas organizações. Lewandowski, em tom professoral, afirmou que “grupos terroristas são aqueles que causam perturbação social e política grave e têm uma inclinação ideológica. Isso não acontece com as organizações criminosas, que são relativamente fáceis de identificar porque praticam crimes previstos no Código Penal”.

A fala do ministro é um retrato fiel da desconexão entre o governo e a realidade das ruas. Facções como o Comando Vermelho, o PCC e outras de igual periculosidade não apenas praticam crimes comuns, elas impõem governos paralelos, cobram “impostos” sobre comerciantes, controlam serviços, julgam, condenam e executam, tudo dentro do território nacional.

Quem não lembra de facções criminosas mandando queimar centenas de ônibus pelo país a fim de levar o terror às comunidades e demonstrar força ao estado?

Quem não lembra de facções criminosas determinar a execução de dezenas de operadores da segurança pública, entre policiais, bombeiros e guardas municipais?

A omissão estatal é tão evidente que, em algumas comunidades, a população sabe que a palavra da facção vale mais do que a da polícia.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que transformou o país antes dominado por gangues num exemplo de recuperação, resumiu bem essa situação: “Quando o crime organizado domina territórios, é porque o Estado permitiu. Nenhum grupo criminoso cresce sem a conivência do governo.”

É exatamente essa conivência, seja por omissão, leniência ou conveniência ideológica, que sustenta o avanço das facções no Brasil. O discurso humanista do governo, que tenta pintar criminosos como vítimas sociais, é na verdade uma forma disfarçada de impotência administrativa. Enquanto isso, policiais morrem, comunidades vivem sitiadas e o cidadão comum é refém de um Estado que perdeu o controle.

Diante desse cenário, é impossível não concluir que só existe crime organizado onde o Estado é desorganizado. E no Brasil de Lula e Lewandowski, a desorganização virou política de segurança pública.

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

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