RJ não é mais apenas palco de violência urbana. É território de guerra e o Estado precisa “voar” mais alto

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Facções criminosas disputam poder com armamento pesado, táticas militares e agora, drones com explosivos. Diante disso, o Estado precisa fazer mais do que reagir: precisa voar.

Helicópteros e drones não são luxo operacional. São ferramentas vitais para proteger vidas, mapear territórios hostis e garantir inteligência em tempo real. Quando o tráfico lança granadas de cima, a polícia não pode continuar olhando apenas de baixo.

O uso de helicópteros permite mobilidade, evacuação rápida e cobertura tática. Já os drones oferecem olhos invisíveis sobre becos, matas e rotas de fuga. Juntos, formam uma força aérea que não apenas observa — age.

Mas há entraves. A legislação ainda engatinha diante da tecnologia.

A capacitação dos agentes precisa ser contínua. E o investimento em equipamentos é urgente. Não se combate guerra com improviso.

Este texto é um chamado, para que, não apenas o estado do Rio de Janeiro, mas que todos os demais estados reconheçam que o combate ao tráfico exige estratégia aérea. Para que a sociedade entenda que segurança pública não se faz apenas com viaturas. E, principalmente, para que os céus do Rio deixem de ser domínio exclusivo do crime. Porque quando o inimigo voa, o Estado precisa voar mais alto.

DEPUTADA DO PSOL APRESENTA PROJETO PARA PROIBIR USO DE HELICÓPTEROS E DRONES EM OPERAÇÕES POLICIAIS

A proposta gera polêmica e especialistas alertam para risco de enfraquecer o combate ao crime organizado. Deputada do PSOL propõe banir helicópteros e drones em operações policiais; especialistas veem risco ao combate ao crime organizado e polarização cresce. A justificativa: segurança civil acima de tudo (mais uma narrativa).

Na Câmara dos Deputados, a deputada Talíria Petrone argumentou que drones e helicópteros empregados em operações — muitas vezes em favelas densamente povoadas — elevam o risco de danos colaterais.

A iniciativa busca evitar acidentes, mutilações ou mortes de civis, sobretudo em regiões onde a presença do Estado é sentida com mais força por meio da força policial.

RELATOR REAGE

O relator da proposta, deputado Sanderson (PL-RS), rejeitou a medida. Para ele, a perda dessas tecnologias fragiliza a capacidade das forças policiais de enfrentar organizações criminosas armadas com sofisticados equipamentos e inteligência aérea.

Claramente se observa a participação do governo com relação ao CRIME ORGANIZADO, a proteção dos “coitados traficantes’ em detrimento da população de bem do estado que enseja continuar sendo lindo.

O governo federal, bem como as forças armadas, ignoram o pedido de suporte deixando o governador à sua própria sorte.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), precisa “assumir as suas responsabilidades” ou “jogar a toalha” e solicitar uma intervenção federal ou a ativação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado.

No entanto, Lewandowski declarou que não recebeu nenhum pedido de apoio por parte do governo estadual para a operação realizada no Rio de Janeiro. Além disso, destacou que um dos requisitos para a implantação da GLO é o reconhecimento de falência dos órgãos estaduais de segurança.

“Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal. Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime”, afirmou Lewandowski em entrevista.

MEGAOPERAÇÃO

Conforme informações obtidas em diversos veículos de comunicação ao todo, durante a megaoperação desta terça-feira (28), 2,5 mil agentes de segurança saíram às ruas nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte. Os criminosos contra-atacaram com barricadas, drones, bombas e tiros.

No total, 64 pessoas morreram, incluindo quatro policiais.

O Governador Castro (PL) lamentou a morte dos quatro policiais e disse que eles são as “grandes vítimas dessa operação”.

Segundo o governador, foram presos 81 criminosos na operação planejada por 60 dias.

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro acompanhou todo o planejamento, todas as regras da ADPF foram cumpridas”, afirmou, em relação à ADPF das Favelas, que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) e trata das operações policiais em comunidades.

O governo do Rio está sozinho. Abandonado e com torcida contrária.

Pensem nisso senhores governadores de outros estados...

Os próximos podem ser vocês.

Foto de Jayme Rizolli

Jayme Rizolli

Jornalista.