Tudo bem, Flávia! Defendo até o fim o seu direito de se expressar, mas não posso dizer o mesmo pelo jornalismo profissional
02/11/2025 às 18:44 Ler na área do assinanteSerá que falta nome para o que aconteceu no Alemão e na Penha, ou falta é vergonha na cara da jornalista Flávia Oliveira para expor a hipocrisia, a ignorância, o cinismo e a militância ornamentada pela doutrinação?
Não antes de tomar um plasil, eu li a coluna da jornalista militante. Difícil é encontrar alguma lucidez dela para com a verdade. Todo o texto é maquiado pela tentativa de cooptar a emoção e a cumplicidade do leitor.
Dispensável comentar que ela trata os mortos como “4 policiais e 117 suspeitos”. Que bonitinho… não há que se dizer em “suspeitos”, pois a publicação foi feita na data de hoje, mas também que já foi divulgado (que ela mesmo cita no artigo), um levantamento (ainda em andamento), que entre os criminosos mortos, já foram identificados 78 com histórico de crimes graves, sendo que 54 são de outros estados - 15 do Pará, 9 do Amazonas, 11 da Bahia, 4 do Ceará, 7 de Goiás, 4 do Espírito Santo, 1 do Mato Grosso, 1 de São Paulo e 2 da Paraíba. Isso evidencia que o Rio de Janeiro se tornou uma sede do crime organizado do Brasil. Será que tem a ver com a ADPF 635 do Fachin? Bobagem minha…
A reboque, traz a expressão do momento para defensores do crime: letalidade! É a maior letalidade policial da história pra cá, as cinco maiores ações policiais em letalidade pra lá…
Mas foi do penúltimo parágrafo de seu porão opinativo que extraí a verdadeira pretensão da moçoila, ao enraizar, ainda mais, o ódio entre a tropa de esquerdistas para manter a ideologia de pé.
Breve comentário meu sobre os destaques de sua enviesada interpretação:
- Sobre a democracia, "Sabemos" vírgula... não é plena para pretos, pobres, favelados por que a Flávia quer assim! Afinal tem que manter estes cidadãos sob a guilhotina social e, assim, serem usados e abusados pelas narrativas ideológicas e capitalização de votos políticos e partidários.
- "Deixou para trás a cena do confronto" é o nariz dela! O rescaldo da ação policial foi impedido pela ação dos protetores de bandidos que ocuparam toda a área. O motivo, no próximo destaque.
- "Não houve perícia no local" e o "resgate dos cadáveres", porque houve invasão dos populares (claro, muitos deles a mando dos chefes da facção terrorista), com o objetivo de impedir a perícia (é crime violar a cena e os corpos em eventos como este), tirar as vestimentas dos mortos que os identificaria como terroristas e expor todos eles seminus propondo uma cena midiática (que a própria jornalista explora no seu texto). Será que a Flávia acredita que eles estavam todos de sunga ou cueca na mata?
- De onde essa mulher tirou que há alguma "Expressão de dignidade restituída" por expor corpos seminus e cobri-los com lençóis? Houve, sim, intromissão no trabalho policial. Tenha a santa paciência!
- "Solidariedade" com "copos de água"? Lá estavam, segmentos que ela cita - ativistas, organizações da sociedade civil e de assistência, religiosos, todos que estão inseridos no contexto com boas intenções, outros cegados pelas narrativas, e outros tantos, que de forma dolosa, estão ali para manter esse meio deturpado e infiltrados nas comunidades que em sua maioria é formada por gente de bem e trabalhadora.
- Ah, e não podia faltar no pretencioso, oportunista, tendencioso e incompetente texto da marvada, a figura da mãe. Faz uma ligação direta, com o "sobretudo de mães", ao cenário de desolação, pavor e desespero. A pseudojornalista despreza a série de declarações de mães, que apesar da dor da perda de um filho, não os poupa pela opção que fizeram ao se enveredar para o lado do crime. "Ele não é vítima da sociedade", "ele tem exemplos de dignidade em casa", "ele tinha a opção de se tornar uma boa pessoa" e “Eu dei educação e uma casa onde nunca faltou nada”, são algumas das declarações de mães, viu, Flávia.
A última declaração acima, é de uma delas, que compreensivelmente não quis se identificar. Seu filho, Thiago Ribeiro Pareto Barbosa, 28 anos, é um dos mortos. Em matéria publicada hoje, assinada por uma colega sua no Grupo Globo, Anna Bustamante, fica bem claro, não só o sofrimento de três mães, mas principalmente o inconformismo e o triste lamento pelas escolhas dos filhos. Os outros dois, são: Kauan de Souza de 18 anos e Wellington Brito de 20 anos, filho de Taua Brito, a única que se identificou.
Usar as mães neste momento, está mais próximo de tripudiar sobre os sentimentos delas do que trazer qualquer sentimento de compaixão. Sugiro que você leia a matéria, e quem sabe, arrependa-se de sua postura.
É, dona Flávia, você também tinha a opção de se tornar uma boa profissional!
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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