Eduardo Kuntz decidiu renunciar à defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes que está na Itália. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5) para evitar impactos em outros casos sob sua responsabilidade. Tagliaferro enfrenta um pedido de extradição feito pelo Brasil após denúncia da Procuradoria-Geral da República.

O ex-assessor de Moraes deixou o Brasil e se estabeleceu em território italiano.

A renúncia de Kuntz está relacionada à preocupação com possíveis consequências em outros processos que conduz. Entre seus clientes está Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, que responde como réu em investigações sobre uma suposta trama golpista.

Pessoas próximas ao caso indicam que a decisão do advogado busca demonstrar que sua atuação profissional é técnica. Kuntz pretende estabelecer clara separação entre seu trabalho jurídico e interpretações de caráter político, sem intenção de confrontar o STF ou o ministro Alexandre de Moraes.

Paulo Faria, que também representa Daniel Silveira em outros processos, assumirá a defesa de Tagliaferro.

A esdruxula denúncia da PGR contra Tagliaferro aponta que ele teria atuado para comprometer a legitimidade do processo eleitoral e prejudicado investigações relacionadas a atos antidemocráticos. O órgão acusatório afirma que o ex-assessor divulgou informações sigilosas às quais teve acesso devido ao seu cargo.

A acusação sustenta ainda que o vazamento dessas informações confidenciais teria sido realizado para obstruir investigações em andamento e beneficiar interesses particulares, tanto próprios quanto de terceiros envolvidos nos casos.

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