O ato falho, contínuo e imperdoável da ministra relatora no julgamento de Cláudio Castro
06/11/2025 às 09:24 Ler na área do assinanteO ato falho da ministra Maria Isabel Diniz Gallotti Rodrigues derrubou toda a força de um voto pré-elaborado e politicamente construído. A não correção do ato falho pelos colegas é de uma maldade sem tamanho com a relatora do julgamento do TSE, realizado na noite de 4 de novembro.
A sensação é que ela teve o seu canto de cisne na corte eleitoral, da qual deve sair nas próximas semanas, transformado em algo que arranhava os ouvidos mais atentos e até arrancava sorrisos discretos dos advogados.
Nascida no Rio, a ministra Isabel Gallotti sairia de cena consignando o seu voto com o pedido de cassação do governador do seu estado Natal e promovendo novas eleições.
O ato falho cometido é imperdoável para quem decide a vida ou a morte de um mandato outorgado por 4,9 milhões de eleitores.
Trocar o nome do segundo réu de relevância no processo em todas as suas falas e persistir no erro - até mesmo quando a presidente da Corte repetida vezes pronunciou de forma correta -, é destruir a relevância do cuidado ou do estudo detalhado que a matéria merece.
Não foi uma, não foram duas ou três, mas dezenas de vezes que ela inclui um novo réu no processo, um tal de PAMPLONA. Isso mesmo, a ministra foi incapaz de citar o ex-vice-governador de Thiago Pampolha de forma correta. Trocar Pampolha por PAMPLONA em todas as falas pode ser um ato falho, porém, o voto era lido. Estaria errado o nome do réu no processo? Parecia que ela lia uma peça que não escreveu e que não estudou. Cadê o domínio do fato?
Este erro demostra a ponta de um iceberg de um jogo de cartas marcadas e pressão. A própria marcação do julgamento para uma semana depois da operação no Alemão e na Penha demonstra duas coisas: a primeira, permite que ainda no mandato no TSE, a ministra Isabel Diniz Gallotti tivesse o seu momento histórico e, ao mesmo tempo, tentar ferir a visibilidade e a exposição do governador Cláudio Castro.
Será que no TSE a ministra não contou com o apoio de algum assessor ou de colegas que poderiam alertá-la sobre o grave erro repetido a exaustão? Algo que um simples bilhete poderia corrigir? A ministra Cármen Lucia repetiu reiterada vezes o nome PAMPOLHA, sem resultados. No mínimo, a relatora achou que era a presidente que estava falando errado.
O voto de um relator com um peso de cassar mandato de um governador de Estado, ainda mais da importância do Rio, tem que ser preciso. Além da falha repetida com o nome do vice-governador, as correções realizadas no final, com ajustes na pena do PAMPLONA e a retirada correção do pedido de cassação de diploma, já que ele já renunciou, tudo feito de forma nervosa, deu um tom melancólico ao que seria um momento histórico para a ministra. O voto foi tão confuso e instável que transformou o pedido de vistas em algo compulsório.
O efeito midiático está, porém, promovido. As manchetes que o Palácio do Planalto queria serão geradas pela mídia contaminada pela esquerda e incapazes de aceitar a reorganização da direita.
Faltam seis votos. A relatora fez a sua despedida do TSE entrando para a história de forma risível e para a coletânea de fatos que revelam a fragilidade dos magistrados que emprestam a sua toga para a política, criando fatos inusitados e assinando votos que não escreveu. Afinal, foi ela quem trouxe um novo réu, o PAMPLONA, para um julgamento que exigia precisão em todas as etapas. Vão culpar a IA ou o corretivo do texto que truncou e revelou a fragilidade de um voto que mereceria toda atenção.
Texto de Cláudio Magnavita
Publicado originalmente no Correio da Manhã
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