Cristina Kirchner começa mal o julgamento, tenta se ocultar e é repreendida por magistrado

07/11/2025 às 11:00 Ler na área do assinante

A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi repreendida pelo juiz Enrique Mendez Signori por não aparecer adequadamente na câmera durante a primeira audiência de seu novo julgamento por corrupção. A sessão virtual do caso "Cuadernos" ocorreu nesta quinta-feira (6) em Buenos Aires. O processo investiga um suposto esquema de pagamento de propinas durante os governos Kirchner.

"Nem todos os acusados aparecem diante das câmeras, é dever do tribunal garantir que essa leitura seja feita na presença deles, então peço que o façam", declarou o juiz durante a audiência.

Após a advertência, o advogado de Cristina, Carlos Beraldi, ajustou o equipamento para que sua cliente pudesse ser visualizada pelos participantes.

O julgamento iniciado na manhã de quinta-feira envolve 87 pessoas acusadas de participação no esquema de corrupção. A investigação originou-se dos registros feitos por Oscar Centeno, motorista de um funcionário do governo Kirchner, que documentou os supostos pagamentos ilícitos.

A acusação formulada pela promotoria argentina aponta que Cristina teria recebido 38 pagamentos totalizando US$ 17 milhões, aproximadamente R$ 91 milhões. Esses recursos viriam de empresários interessados em manter contratos de obras públicas com o governo.

No primeiro dia do processo, nenhum dos acusados prestou depoimento. As semanas iniciais serão dedicadas à apresentação das acusações pelos promotores. O tribunal planeja ouvir 626 testemunhas ao longo do julgamento, que acontecerá às quintas-feiras por videoconferência, considerando que a ex-presidente cumpre prisão domiciliar.

Cristina já possui uma condenação de seis anos de prisão em outro caso conhecido como "Vialidad", relacionado a irregularidades na construção de rodovias. As acusações no atual processo incluem liderar uma organização criminosa e envolvimento em subornos, delitos que podem resultar em penas entre 1 e 10 anos de prisão.

Entre os réus também estão o ex-ministro Julio De Vido, que comandou a pasta de Infraestrutura, e Roberto Baratta, ex-funcionário ministerial. O processo inclui 65 empresários, como Gerardo Ferreyra e Oscar Thomas, que respondem por suborno ativo, enquanto os ex-funcionários são acusados de suborno passivo.

Durante as investigações, 21 acusados, incluindo Centeno e vários empresários, estabeleceram acordos de colaboração com a justiça argentina, o que pode reduzir suas penas. As tentativas das defesas dos empresários de encerrar o caso mediante compensações financeiras foram rejeitadas pela promotoria.

O julgamento ocorre após o Partido Justicialista, principal força do peronismo na Argentina, sofrer derrota nas eleições legislativas de 26 de outubro. Nas redes sociais, a ex-presidente criticou o processo judicial.

"Hoje começa mais uma farsa judicial em Comodoro Py [a sede dos tribunais federais na Argentina]. Parece que me prender e me banir para sempre no caso 'Vialidad' não foi suficiente: precisam manter essa farsa judicial viva para continuar me pressionando e, sobretudo, para desviar a atenção", publicou Cristina em sua conta no X, antes do início da audiência.

O caso "Cuadernos" tornou-se público em 2018, quando um jornalista do La Nación descobriu as anotações de Centeno, que posteriormente indicou o envolvimento direto de Cristina no esquema. Se condenada neste novo processo, a pena será adicionada à sua condenação anterior.

Em suas redes sociais, a ex-presidente argentina questionou o momento do julgamento. "Esse circo, como os anteriores, não segue um calendário judicial: segue um político. Mantiveram a 'operação dos cadernos falsos' congelada, sempre pronta para ser descongelada quando necessário. E agora… começa justamente quando se debate o futuro do trabalho e das pensões, no que constitui uma verdadeira agenda judicial a serviço das medidas de austeridade", afirmou.

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