"Rei do Algodão", que já controlou mais de 110 mil hectares de plantio, tem falência solicitada por Governo

Ler na área do assinante

O governo de Mato Grosso, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), entrou com pedido na 1ª Vara de Campo Verde para converter em falência o processo de recuperação judicial da José Pupin Agropecuária e das empresas associadas ao grupo econômico do empresário José Pupin, conhecido como o “Rei do Algodão”. O conglomerado, que já controlou mais de 110 mil hectares de plantio, acumula uma dívida superior a R$ 1,3 bilhão.

O processo de recuperação judicial, iniciado em 2017, enfrenta questionamentos por suposto descumprimento de obrigações fiscais e financeiras. A PGE afirma que a empresa não aderiu ao Refis, não apresentou proposta de transação tributária e continua inadimplente com o fisco estadual, o que, segundo o órgão, demonstra “a inviabilidade da operação e o fracasso do plano de recuperação”. O Estado também pediu que o Ministério Público seja intimado a se manifestar para preservar os créditos tributários devidos.

Além do pedido do governo estadual, outros credores também solicitaram a falência do grupo nas últimas semanas. Em 29 de outubro, o empresário Ricarte de Freitas Neto alegou que o Grupo Pupin descumpriu cláusulas do aditivo ao plano de recuperação judicial homologado em outubro de 2024 — especialmente o pagamento de valores de até R$ 10 mil a credores com garantia real, que deveria ter ocorrido em até 60 dias após a homologação.

Em 10 de outubro, a administradora judicial informou à Justiça que o grupo não tem cumprido sequer as obrigações mínimas do processo, como o envio de documentação contábil básica.

Outro pedido de falência partiu da empresa Agrimaque Peças Agrícolas, que argumentou ser impossível a continuidade da recuperação após José Pupin e sua esposa, Vera Lúcia, declararem em juízo incapacidade civil e cognitiva para conduzir os negócios.

A defesa da família Pupin, por sua vez, sustenta que o casal foi vítima de um “engodo” ao firmar contrato com o Grupo Midas/Fource, que teria assumido a gestão financeira do conglomerado sob o pretexto de promover sua reestruturação. Segundo a defesa, durante o período em que José Pupin tratava um câncer e Vera Lúcia enfrentava o avanço do Parkinson, a Midas/Fource teria assumido o controle patrimonial e desviado recursos milionários. O grupo pede à Justiça a suspensão do contrato e de todos os instrumentos firmados com a consultoria.

O fundo New Distressed FIDC, um dos principais credores do grupo, solicitou uma auditoria externa independente para apurar as alegações da família e pediu comprovação médica das condições de saúde do casal.

Em nota, a advogada Thais Sversut Acosta, que representa José e Vera Lúcia Pupin, afirmou que o grupo busca retomar o controle de seus bens e contas, garantindo que “devidamente administrado, o negócio é capaz de quitar todos os credores, inclusive os fiscais”.

Já a Fource Consultoria repudiou as acusações, classificando-as como “inverídicas e infundadas”. A empresa declarou que todos os atos foram formalizados e documentados dentro da legalidade, com anuência da família Pupin e de seus assessores jurídicos, e afirmou que tomará medidas judiciais para defender sua reputação.

Estamos sobrevivendo graças a ajuda de nossos assinantes e parceiros comerciais. Para fortalecer a nossa batalha, considere se tornar um assinante, o que lhe dará o direito de assistir o primeiro PODCAST conservador do Brasil e ter acesso exclusivo ao conteúdo da Revista A Verdade, onde os "assuntos proibidos" no Brasil são revelados. Para assinar, clique no link: https://assinante.jornaldacidadeonline.com.br/apresentacao

SEU APOIO É MUITO IMPORTANTE! CONTAMOS COM VOCÊ!

da Redação