Novo estudo alerta para doença ‘silenciosa’ que mata 1,5 milhão de pessoas por ano
09/11/2025 às 09:53 Ler na área do assinanteEspecialistas do NYU Langone Health, da Universidade de Glasgow e do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde revelaram que a doença renal crônica (DRC) afeta 788 milhões de pessoas em todo o mundo. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (6) no periódico The Lancet. A pesquisa mostra que os casos praticamente dobraram desde 1990, quando 378 milhões de pessoas eram afetadas.
A DRC ocupa atualmente a posição de nona principal causa de mortalidade mundial, resultando em 1,5 milhão de óbitos por ano. Dados coletados em 133 países indicam que aproximadamente 14% da população adulta global apresenta algum nível de comprometimento da função renal.
"Nosso trabalho mostra que a doença renal crônica é comum, mortal e está se agravando como um importante problema de saúde pública", afirmou Josef Coresh, diretor do Instituto de Envelhecimento Ideal da NYU Langone e coautor do estudo em um comunicado.
"Essas descobertas apoiam os esforços para que a doença seja reconhecida, junto com o câncer, as doenças cardíacas e os transtornos mentais, como uma prioridade global."
A condição caracteriza-se pela deterioração progressiva da capacidade dos rins de filtrar resíduos e excesso de líquidos do sangue. Um dos principais desafios no combate à DRC é a ausência de sintomas perceptíveis nos estágios iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Em fases avançadas, os pacientes frequentemente necessitam de tratamentos como diálise, terapia de substituição renal ou transplante.
O número de mortes por DRC aumentou mais de 6% em 2023 em comparação com 1993, mesmo quando ajustado para considerar as diferenças etárias entre os países. Este aumento levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a incluir formalmente a doença em suas metas de saúde global em maio de 2024, com o objetivo de reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças não transmissíveis até 2030.
O estudo integra o Global Burden of Disease (GBD) 2023, considerado o maior esforço internacional de monitoramento de saúde. Os pesquisadores analisaram 2.230 artigos científicos e compilaram dados nacionais de 133 países para elaborar o relatório.
A função renal comprometida representa um importante fator de risco para doenças cardíacas, contribuindo para aproximadamente 12% das mortes cardiovasculares em todo o mundo. Em 2023, a DRC foi classificada como a 12ª principal causa de incapacidade global.
Entre os principais fatores de risco identificados pelos pesquisadores estão a hiperglicemia, a hipertensão arterial e a obesidade. O estudo destaca que a maioria dos casos foi diagnosticada nos estágios iniciais da doença, período em que intervenções menos invasivas podem ser mais eficazes para controlar a progressão da condição.
"A doença renal crônica é subdiagnosticada e subtratada", declarou o nefrologista Morgan Grams, coautor do estudo e professor da Escola de Medicina Grossman da NYU. "Nosso relatório destaca a necessidade de ampliar os exames de urina para diagnóstico precoce e garantir que os pacientes tenham acesso ao tratamento."
O tratamento rápido com medicamentos adequados e mudanças no estilo de vida pode evitar a necessidade de intervenções como diálise e transplante renal, de acordo com Coresh. Em regiões de baixa renda, como a África Subsaariana, o Sudeste Asiático e a América Latina, o acesso a tratamentos avançados continua limitado, conforme ressaltou Grams.
Nos últimos cinco anos, o cenário terapêutico para a DRC apresentou avanços com o desenvolvimento de novos medicamentos. Estes fármacos têm demonstrado capacidade de retardar a progressão da doença renal crônica e reduzir riscos de complicações cardiovasculares como infarto, AVC e insuficiência cardíaca.
Os especialistas envolvidos no estudo indicam que ainda será necessário um período considerável até que os resultados positivos desses tratamentos se manifestem em escala global, especialmente considerando as disparidades de acesso à saúde entre diferentes regiões do mundo.
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da Redação