Ativista canadense com pedido de extradição quebra o silêncio: “Me sinto seguro no Brasil”

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Paul Watson, fundador da ONG Sea Shepherd, afirmou sentir-se seguro no Brasil durante sua participação na COP30, mesmo enfrentando um pedido de extradição do Japão. O ativista está em Belém one participa da conferência climática, onde defende a proteção dos oceanos.

"Não existe tratado de extradição entre o Brasil e o Japão, então, seria muito improvável que me prendessem, ainda mais depois de o próprio presidente Lula ter enviado uma mensagem de apoio a mim quando eu estava detido na Groenlândia", declarou Watson.

O governo japonês acusa o ativista de conspiração para invasão e obstrução de negócio, relacionadas a protestos contra a caça de baleias. Watson afirma que as autoridades japonesas o perseguem como retaliação pela exposição de suas práticas.

"O que realmente aconteceu é que nós envergonhamos o Japão com o programa de TV 'Whale Wars', e eles querem vingança", disse o ativista, que informou ter sido incluído na lista vermelha da Interpol, mas removido em julho deste ano quando a organização reconheceu motivações políticas na acusação.

Durante sua participação na COP30, Watson representa a campanha "Sem azul não há verde", iniciativa da aliança SOS Oceano, que reúne organizações como Sea Shepherd Brasil, Instituto Baleia Jubarte, Divers for Sharks e Projeto Golfinho Rotador.

O ativista questionou a política ambiental brasileira ao comentar sobre a realização da conferência no país.

"Acho irônico que o Brasil esteja sediando essa conferência ao mesmo tempo em que quer perfurar petróleo na Foz do Amazonas", afirmou.

Apesar das críticas, Watson reconheceu os esforços do presidente Lula e da ministra Marina Silva. Ele atribuiu a não assinatura do acordo contra poluição plástica dentro do Tratado Global dos Oceanos a resistências no Congresso Nacional.

"Não é exatamente culpa do Lula, porque, em todo o mundo, nada pode ser resolvido somente pela política, por uma razão muito simples: a política é a arte do possível", declarou Watson.

O cofundador do Greenpeace explicou sua estratégia de ativismo desenvolvida ao longo de cinco décadas.

"Em 1977, quando deixei o Greenpeace, do qual sou cofundador, para criar o Sea Shepherd, desenvolvi a estratégia de 'não violência agressiva'. Isso significa intervir de forma enérgica, mas sem causar ferimentos", afirmou.

Watson destacou que sua organização nunca causou ferimentos a ninguém, não teve tripulantes feridos, não foi condenada por crimes graves e nunca perdeu ações civis. "É uma estratégia que funciona. Mas as pessoas tendem a achar que é 'agressiva demais'. É por isso que se chama 'não violência agressiva'", explicou.

O ativista apresentou dados sobre a saúde dos oceanos. Desde 1950, houve redução de 40% na população de fitoplâncton marinho, organismos que produzem 70% do oxigênio respirável. Watson estabeleceu relação entre este declínio e a diminuição das populações de baleias e golfinhos.

"Se não protegermos a diversidade e a interdependência das espécies no oceano, o oceano vai morrer. E se o oceano morrer, nós morremos", disse Watson, explicando que mamíferos marinhos fornecem nutrientes essenciais para o fitoplâncton.

Sobre a pesca predatória, o ativista citou a exploração do krill no Oceano Antártico, que atingiu 620 mil toneladas este ano, com planos de aumento para 1,2 milhão de toneladas.

"É o principal alimento das baleias, pinguins e aves marinhas. Estão fazendo isso por um único motivo: fornecer ração barata para salmões de cativeiro em fazendas de criação", explicou.

Watson utiliza instrumentos legais internacionais em suas ações.

"Ao longo dos anos, venho usando a Carta Mundial da Natureza das Nações Unidas como justificativa para nossas intervenções", afirmou, mencionando que o Tratado de Alto-Mar entrará em vigor em 17 de janeiro.

Embora cético quanto à eficácia de conferências internacionais, Watson vê na COP30 uma oportunidade para fortalecer discussões e redes em defesa dos oceanos. Ele observou que, apesar dos numerosos acordos desde a Conferência da ONU em Estocolmo em 1972, muitos compromissos permanecem apenas no papel.

O ativista reconheceu avanços nas últimas cinco décadas.

"Olhando para os últimos 50 anos, dá para ver as mudanças: estamos matando menos baleias, acabamos com a caça às focas, expusemos diversas pescarias destrutivas, que acabaram sendo encerradas", disse Watson.

Sobre a conservação marinha no Brasil, o fundador da Sea Shepherd avaliou que o país está "melhor do que a maioria", mas ressaltou preocupações com o comércio de tubarões em território brasileiro.

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da Redação