De forma vergonhosa, Gilmar alfineta Fux

Em um discurso marcado por críticas indiretas à Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes deu boas-vindas ao ministro Luiz Fux na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 11. Na fala, o presidente do colegiado afirmou que o grupo “resistiu ao autoritarismo penal” que, segundo ele, teria sido instaurado durante os anos de maior atuação da operação.

O ministro Luiz Fux, que passou recentemente da 1ª para a 2ª Turma do Supremo, é conhecido por sua defesa enfática da Lava Jato. No passado, chegou a protagonizar embates duros com Gilmar Mendes, hoje um dos principais críticos da força-tarefa de Curitiba (PR). A mudança de Fux ocorreu após divergências em julgamentos envolvendo investigações sobre uma suposta articulação golpista.

Durante o discurso, Gilmar ressaltou que a 2ª Turma tem “uma vocação histórica para o julgamento de matérias de extrema complexidade”, priorizando a proteção das liberdades e das garantias individuais. O ministro destacou decisões que, segundo ele, atuaram como “antídotos de resistência democrática contra excessos” cometidos no contexto da Lava Jato.

“A Segunda Turma consolidou-se como instância jurisdicional fielmente comprometida com a preservação das garantias individuais contra o autoritarismo penal ardilosamente forjado nos anos de auge da Operação Lava Jato”, afirmou o magistrado, em tom firme.

Gilmar também mencionou que o colegiado se opôs ao uso abusivo da prisão preventiva como instrumento de pressão judicial e relembrou o julgamento que reconheceu a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos envolvendo o presidente Lula.

“A declaração de suspeição do ex-magistrado Sergio Moro foi o desnudamento de uma metodologia de subversão do sistema acusatório”, disse.

Encerrando o pronunciamento, o ministro destacou que Fux passa a integrar uma Turma que carrega “uma tradição e uma responsabilidade históricas de custodiar os princípios estruturantes da democracia”. 

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