A sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) desta terça-feira (11) foi marcada por um bate-boca entre os ministros Dias Toffoli e André Mendonça durante o julgamento de um processo sobre a responsabilização de um procurador por dano moral.

O caso envolvia uma entrevista concedida em 2005 pelo procurador do Ministério Público Federal no Distrito Federal, Bruno Calabrich, na qual um juiz mencionado se sentiu ofendido e ingressou com ação judicial.

Toffoli, relator da ação, alertou que o tribunal abriria um “precedente perigosíssimo” caso relativizasse teses já firmadas pela Turma. Nesse momento, Mendonça interveio, discordando da leitura feita por Toffoli e apontando uma suposta incoerência com votos anteriores do colega.

A intervenção irritou Toffoli, que reagiu:

“Vossa excelência está colocando palavras no meu voto que não existiram. Achei desrespeitoso. Nunca fiquei interpretando voto de colega. Não coloco na minha boca voto do colega.”

Mendonça tentou apaziguar, afirmando que apenas lia o voto de Toffoli e que não pretendia ofendê-lo:

“Respeito vossa excelência. Meu voto é meu voto.”

O relator, no entanto, manteve o tom firme:

“Vossa excelência interpreta o meu voto e eu interpreto o seu.”

Ao que Mendonça respondeu:

“Vossa excelência está um pouco exaltado sem necessidade.”

Toffoli encerrou dizendo:

“Eu fico exaltado com covardia.”

Após o clima tenso, o ministro Nunes Marques pediu vista do processo, suspendendo o julgamento.

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