
Gestão petista desaba os Correios que precisa levantar R$ 10 bilhões e planeja demitir 10 mil funcionários
14/11/2025 às 09:20 Ler na área do assinante
Os Correios tentam levantar R$ 10 bilhões em 15 dias para equilibrar suas contas e evitar um colapso operacional. Nesta quinta-feira (14), a estatal reduziu pela metade sua meta inicial de captação, que era de R$ 20 bilhões, após enfrentar resistência dos bancos na primeira rodada de negociações.
A empresa comandada por Emmanoel Rondon planeja implementar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para desligar 10 mil funcionários, o que representaria economia anual de R$ 2 bilhões na folha salarial. A direção já apresentou as linhas gerais do plano de reestruturação ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O prejuízo mensal de caixa dos Correios está em torno de R$ 750 milhões. No segundo trimestre de 2025, o resultado negativo atingiu R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes maior que os R$ 553,1 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O prejuízo acumulado em 2025 soma R$ 4,3 bilhões.
No último PDV realizado pela empresa, de um público potencial de 8 mil funcionários interessados, apenas 3,6 mil efetivamente aderiram. A atual gestão avalia que precisará oferecer condições mais atrativas para alcançar a meta de 10 mil desligamentos nesta nova rodada.
Na negociação com instituições financeiras, os Correios buscam um custo financeiro de até 120% do CDI, limite considerado em operações com garantia da União. A proposta foi enviada para aproximadamente dez bancos, incluindo instituições de menor porte.
Na primeira tentativa de captação, a taxa cobrada pelos bancos BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil e Banco do Brasil chegou a 136% do CDI. Isso representaria aproximadamente R$ 3 bilhões anuais apenas em juros. O Comitê de Garantias estabelece um custo máximo aceitável de 120% do CDI para operações elegíveis à garantia da União.
Uma das possibilidades em análise é a formação de um sindicato de bancos, modelo já utilizado pela estatal anteriormente. Os Correios também enfrentam dificuldades com um empréstimo de R$ 1,8 bilhão contratado junto ao Citibank, BTG Pactual e ABC Brasil, cujo custo aumentou após o descumprimento de uma cláusula contratual.
O contrato original previa que se o estoque de precatórios superasse R$ 900 milhões "em qualquer momento", seria ativada uma cláusula de "pagamento antecipado mandatório" do valor total do empréstimo. No encerramento do segundo trimestre, a conta de precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPVs) atingiu R$ 2,051 bilhões, levando os bancos a notificarem a empresa.
Como resultado, o adicional de juros, que era de 3% sobre o CDI, passou para 4% em outubro e 5% em novembro. Esta situação permanecerá até que a empresa consiga um aporte da União ou um empréstimo com aval do Tesouro Nacional. O Citibank informou que não comentaria o caso. As outras instituições não se manifestaram.
O índice de entregas no prazo dos Correios está em 92%, abaixo da meta de 95% considerada necessária para manter e atrair clientes. Houve melhora em relação ao primeiro semestre, quando o índice chegou a 76%. A avaliação interna indica que novos avanços dependem da regularização financeira da empresa.
Nas demonstrações contábeis recentes, a estatal reconheceu enfrentar desafios econômicos e concorrenciais, além de restrições financeiras que comprometem sua operação. O equilíbrio das contas é considerado imprescindível para normalizar a relação com fornecedores, que estão com pagamentos atrasados, situação que afeta diretamente o prazo das entregas.
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