PF faz verdadeira “caçada” ao único foragido da "farra do INSS"
15/11/2025 às 19:51 Ler na área do assinanteDe todos os mandados de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso envolvendo a farra do INSS, apenas um ainda não foi cumprido.
A Polícia Federal (PF) mantém buscas por Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). É ele o único investigado que permanece foragido após operação realizada na quinta-feira (13). A ação policial resultou na prisão de nove dos dez alvos com mandados de prisão preventiva expedidos na Operação Sem Desconto.
Lopes comanda a Conafer desde 2011 e é apontado pelos investigadores como principal articulador e mentor intelectual do esquema fraudulento. A organização criminosa utilizava entidades e associações parceiras da autarquia federal para inserir cobranças não autorizadas no sistema, valores descontados automaticamente dos pagamentos de aposentados e pensionistas.
O caso veio à tona após reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Investigações jornalísticas posteriores mostraram que a arrecadação das entidades envolvidas com descontos em folha alcançou R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes nas filiações.
As matérias serviram como base para as investigações oficiais. A PF listou 38 reportagens na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025.
As investigações provocaram mudanças na estrutura do INSS e do Ministério da Previdência Social. O presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto, e o ministro Carlos Lupi foram demitidos após a deflagração da operação policial em abril.
Entre os nove investigados já detidos pela PF estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como "Careca do INSS", que já estava preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Também foram presos Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho, Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer e irmão do foragido, além de Cícero Marcelino de Souza Santos e Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, ambos ligados à Conafer.
A lista inclui André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira, ex-procurador-geral da autarquia, e sua esposa, Thaísa Hoffmann.
Carlos Roberto Ferreira Lopes depôs à CPMI do INSS em 29 de setembro. No dia seguinte, foi preso em flagrante por falso testemunho, mas acabou liberado após pagar fiança de R$ 5 mil.
Levantamento da PF indica que a Conafer recebeu R$ 708 milhões provenientes do INSS. Desse total, R$ 640,9 milhões teriam sido desviados para empresas de fachada e contas de operadores financeiros vinculados ao grupo criminoso.
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da Redação