A Síndrome de Calígula

Ler na área do assinante

“Certa vez, num suntuoso festim, de repente, começou a gargalhar. Os cônsules, que se achavam sentados ao seu lado, perguntaram-lhe por que ria assim. Calígula respondeu-lhes: “Por quê? Porque penso que com um sinal de cabeça apenas posso mandar degolá-los ambos, sem demora alguma”. (Suetônio – “As Vidas dos Doze Césares” – Calígula – pág. 159).

Diferentes “síndromes” assolam os humanos que habitam o planeta terra, tais como, a “síndrome da guerra nuclear”; a “síndrome da inflação galopante” e a peculiar “síndrome de Estocolmo” - sentimento de simpatia em relação aos seqüestradores, por parte do indivíduo seqüestrado por motivos políticos. Essa “síndrome” se revelou pela primeira vez em Estocolmo, Suécia, quando um diplomata da Alemanha ocidental foi seqüestrado. Ao ser devolvido, para o espanto de todos, declarou simpatia pelo grupo terrorista Baader-Meinhoff, que o havia sequestrado.

Imitando o comportamento absurdo do diplomata alemão, o Presidente descondenado revelou aos habitantes da Terra dos Papagaios que nutre grande simpatia pelos assaltantes e traficantes que infernizam a vida dos brasileiros e afirma que esses meliantes também são vítimas.

Após a declaração do presidente, uma nuvem de insegurança pairou sobre a nação. Os sinais enviados por Lula em apoio aos delinquentes fez com que todos se sentissem ameaçados.

Desse modo, o “criativo” o governo brasileiro, acrescentou mais uma “Síndrome” à extensa lista já existente: a “Síndrome de Calígula”.

Essa síndrome se caracteriza pelo fato de o governo que foi eleito para trabalhar e se preocupar com bem-estar dos cidadãos que o elegeram, faz exatamente o contrário:  desperta nos brasileiros reações de medo, temor e insegurança.

É a mesma ameaça invisível que pairou sobre os cônsules romanos na festa de Calígula que abre esse texto.

As informações sobre Calígula foram registradas pelo escritor Suetônio no livro “As Vidas dos Doze Césares” e por Dião Cássio em sua “História Romana”.

Caio Júlio César Augusto Germânico (mais conhecido pelo apelido de “Calígula”, governou Roma de 37 d.C., até seu assassinato em 41 d.C. Quando tinha cerca de quatro ou cinco anos, acompanhou o pai, a mãe e os irmãos em uma campanha na Germânia. E lá os soldados de seu pai o apelidaram carinhosamente de "Calígula" ("sandalinhas"), devido às pequenas sandálias militares que usava.

A maioria dos historiadores de Calígula afirmam que no início de seu reinado ele afigurava-se como um governante "bom, generoso, justo e com espírito comunitário", mas com o passar do tempo, sua verdadeira face apareceu: autoindulgente, cruel, sádico, extravagante e sexualmente pervertido. Tornou-se um tirano insano e assassino.

- “Calígula exigiu e recebeu adoração como um deus vivo, humilhou o Senado Romano e planejou fazer de seu cavalo “Incitatus” um cônsul.  Em latim “Incitatus” significa "Impetuoso". Era o cavalo preferido do Imperador.  De acordo com Suetônio, “Incitatus” tinha cerca de dezoito criados pessoais, era enfeitado com um colar de pedras preciosas e dormia no meio de mantas de cor púrpura (a cor púrpura era destinada somente aos trajes imperiais, ou seja, era um monopólio real). Foi-lhe também dedicada uma estátua em tamanho real de mármore com um pedestal em marfim. Calígula planejava incluir o nome de “Incitatus” no rol dos senadores. (Suetônio – “As Vidas dos Doze Césares”. Dião Cássio – “História Romana”).

Na Terra dos Papagaios, o descondenado Presidente, acometido pela “Síndrome de Calígula”, criou 39 ministérios que servem apenas para fazer propaganda de seus ministros, quebrou todas as estatais que davam lucro no governo anterior e como Calígula, nomeou os seus apaniguados para todos os cargos importantes da República, indiferente ao fato de que não possuíam qualquer qualificação para o desempenho desses cargos.

O Calígula brasileiro governa apoiado pelos aduladores de plantão, pelos partidos de esquerda, pela Imprensa vendida, pelos “artistas” e “movimentos sociais” em sua maioria bancados pelo governo. Aliou-se ao Supremo, onde nomeou petistas de carteirinha, o advogado pessoal e simpatizantes do progressismo, violando todos os preceitos constitucionais.

Depois do fracasso da COP30, que terminou em incêndio e críticas por todos os lados sobre a incompetência da organização, onde queria posar de salvador da natureza perante o mundo desenvolvido, articulou a prisão antecipada de Bolsonaro, através de seu menino de recados, “o supremo Moraes”, para desviar a atenção do povo brasileiro da gastança de dinheiro no Pará. Dinheiro jogado fora. Dinheiro fruto do trabalho dos incautos brasileiros. Dinheiro suado dos impostos.

Mas o Calígula brasileiro não se importa com nada disso. Indiferente viajou para a reunião do G20, onde foi falar mais asneiras e gabolices.

Ambicionando superar o Calígula original em atos maldosos contra a nação brasileira, indicou para a vaga do “deus” que ia “recivilizar” a nação, Barroso, que está proibido de entrar nos EUA, seu puxa-saco particular, Jorge Messias.

Messias, além de não possuir os requisitos exigidos pela Constituição para se tornar Supremo, (tristemente afirmo: nenhum dos que estão lá possuem), fez algo incrível em sua tese de doutorado defendida na UnB, o ano passado:

- A tese é uma peça de propaganda petista e cita Lula 54 vezes. Acredite, com essa tese ele se tornou “doutô”.

Disse Duda Teixeira em artigo para o site “O Antagonista”:

- “O advogado-geral da União, Jorge Messias foi indicado pelo presidente Lula para ocupar a vaga aberta por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A escolha vem como um prêmio atrasado após anos de bajulação de Lula.
Em sua tese de doutorado, defendida no ano passado na Universidade de Brasília, a UnB, Messias cita Lula 54 vezes ao longo de 328 páginas (sem contar a bibliografia e as notas de rodapé).
O título da tese é 'O centro de governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global'.
É pura peça de propaganda de Lula”.

Segundo o jornalista Cláudio Dantas, em seu site na internet:

- Em tese de doutorado defendida em 2024, o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado por Lula (PT) para assumir uma vaga no Supremo, afirmou que a Lava Jato provocou “instabilidade deliberada” no país.
- Segundo Messias, as investigações da operação, conduzidas “de maneira um tanto superficial e irresponsável”, “acabaram por criminalizar a política e a ação estatal”.
- Ele aponta, na tese, que “a própria prisão” de Lula, “bem como a negação do registro de sua candidatura em 2018”, integraram um pacote de “censuras” que buscava “reverter a própria ordem constitucional de 1988”.
- Messias também criticou “movimentos sociais autoritários” e “instâncias inferiores do Judiciário” que pressionaram o STF a adotar decisões contra o petista”.

Notem que suas afirmações são completamente infundadas. A realidade desmente todas as suas declarações, pois os acusados confessaram os crimes, devolveram milhões que haviam roubado dos cofres da nação brasileira e foram todos condenados, inclusive o presidente ao qual Messias lambe os pés.

Messias se tornou “doutô” elogiando Lula e seu governo, o que é uma ofensa à ciência e a qualquer ser pensante. Mas a banca examinadora da UnB, constituída também por “dotores”, considerou a tese bajulatória fenomenal. Um marco na história da humanidade!

Eis algumas pérolas contidas em sua tese, endeusando Lula:

- "O governo Lula reagiu, de maneira firme, às apostas contra a economia nacional."
- "Embora tivesse até o mês de agosto para apresentar um projeto de lei complementar com as novas regras fiscais, a equipe econômica decidiu acelerar o cronograma com vistas a reforçar o compromisso do governo Lula com a responsabilidade fiscal."
- "Na área internacional, o governo Lula logrou rapidamente reestabelecer o respeito e o protagonismo brasileiro."
- "Nesse contexto, a política externa de Lula, em contraste gritante com o governo anterior, colocou a questão ambiental no centro de suas preocupações, como bem mostra a realização da Cúpula da Amazônia em agosto de 2023, a ida do presidente Lula às COPs 27 e 28, além da organização, em Belém, da COP30, em 2025."
- "A equipe de transição do governo Lula elaborou amplo e profundo diagnóstico sobre as políticas implementadas desde 2016, e sobretudo a partir do governo Bolsonaro. O relatório concluiu que a estratégia adotada desestruturou o processo de desenvolvimento, erodiu as políticas sociais e destruiu o arcabouço ambiental. De acordo com o documento, Temer e, sobretudo, Bolsonaro trabalharam para incrementar riscos ambientais, financeiros, sanitários, digitais e geopolíticos."
- "Nesse contexto, chama a atenção o sucesso na implementação da agenda do governo ao longo de 2023. Lula conseguiu reorganizar a estrutura da administração federal, bem como obteve os recursos necessários para reestruturar as políticas sociais do primeiro ciclo de governos petistas."
- "De toda forma, quando comparamos a transição 2002-2003 com a transição 2022-2023, chama a atenção o quanto Lula, em seu terceiro mandato, logrou desde o primeiro momento estruturar sua própria agenda, a despeito de apoio político mais limitado."
- "O presidente Lula interrompeu tal dinâmica. Busca-se, desde 2023, encontrar acordo entre os diferentes, valoriza-se a atividade política. Lula priorizou o diálogo à bravata, e ao invés de falsas polêmicas, estabeleceu relação harmônica com os outros poderes." 
- "Antes de tratar do papel da AGU, porém, era necessário examinar se o governo Lula teria efetivamente um plano coeso, capaz minimamente de fomentar o desenvolvimento, bem como prevenir, reagir e mitigar crises globais. A partir da análise do Relatório de Transição, da PEC do Bolsa Família, do arcabouço fiscal, do Novo PAC e do Plano de Transição Ecológica, a resposta foi positiva."
- "Parece ser mais difícil, porém, não reconhecer que o governo Lula, em que pesem os obstáculos no caminho, logrou estruturar e implementar uma nova agenda de governo."

Para Messias, adular o presidente petista vale mais que "notório saber jurídico". Agora, seu esforço pode finalmente ser recompensado.

A “Síndrome de Calígula” que acomete Lula faz com que empurre garganta abaixo dos Senadores o bajulador Messias e por tabela calar todos os críticos de sua gestão fracassada com mais um “supremo” obediente às suas ordens.

Uma boa semana a todos.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)