Estão usando da Ciência Médica para matar Bolsonaro

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Um texto publicado nas redes sociais pelo médico psiquiatra Marcelo Ferreira Caixeta é esclarecedor sobre os riscos que pairam com a absurda prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O psiquiatra demonstra didaticamente que a “ciência médica” está sendo utilizada para “matar Bolsonaro”.

Transcrevemos o texto:

Há momentos na história em que a medicina deixa de ser uma arte de cura e se converte em um dispositivo de controle. Quando isso ocorre, o conhecimento médico — que deveria proteger, restaurar e aliviar — pode ser manipulado como uma engrenagem silenciosa de destruição.
Este artigo discute, em termos clínicos e fisiopatológicos, como a privação de movimento, a negligência terapêutica, o uso inadequado de medicações e a manipulação das condições de vida podem produzir um quadro de deterioração física e mental progressiva em qualquer indivíduo com vulnerabilidades prévias.
Não se fala aqui de política partidária, mas sim de mecanismos reais de adoecimento que podem ser instrumentalizados para destruir um sujeito hiperativo, com sequelas abdominais importantes e um organismo já fragilizado.
1. O CORPO FERIDO: A CASCATA INICIADA PELO TRAUMA ABDOMINAL
Ferimentos abdominais graves — como esfaqueamentos — frequentemente deixam sequelas internas invisíveis.
Entre elas:
Bridas e aderências intestinais
Bridas são faixas de tecido fibroso que se formam após cirurgias ou traumas, “colando” partes do intestino entre si ou na parede abdominal.
Elas:
- retardam o trânsito intestinal,
- provocam dor e distensão,
- pioram a digestão,
- reduzem o esvaziamento gástrico.
Gastroparesia (ou estômago parético)
É quando o estômago perde parte da força muscular e não consegue empurrar o alimento adequadamente.
Os sintomas incluem:
- sensação de estômago sempre cheio,
- náuseas,
- refluxo ácido persistente,
- perda de apetite,
- fraqueza e má nutrição.
A gastroparesia cria o cenário perfeito para o refluxo gastroesofágico crônico — uma “subida” constante de ácido em direção ao esôfago.
2. O REFLUXO QUE DESCE AOS PULMÕES: UMA BOMBA-RELÓGIO RESPIRATÓRIA
O refluxo ácido pode inflamar o esôfago (esofagite) e, pior, alcançar a via respiratória durante o sono, num fenômeno chamado broncoaspiração.
PNEUMONIA BRONCOASPIRATIVA
É a infecção que ocorre quando partículas de alimento, ácido gástrico ou secreções entram nos pulmões.
Ela causa:
- febre,
- tosse,
- falta de ar,
- dor torácica,
- inflamação pulmonar persistente.
Quando repetida, evolui para pneumopatia crônica, um estado de inflamação contínua nos pulmões, gerando:
- bronquite química,
- pequenas cicatrizes no tecido pulmonar,
- perda progressiva da capacidade respiratória.
3. O SONO SABOTADO: APNEIA, SUFOCAMENTO E COLAPSO METABÓLICO
Quando a pessoa dorme mal por causa do refluxo e da broncoaspiração, instala-se outro problema grave: apneia do sono.
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
É uma interrupção repetida da respiração durante a noite.
Cada pausa reduz a oxigenação do sangue e sobrecarrega o coração e o cérebro.
Consequências diretas:
- aumento da pressão arterial,
- piora da síndrome metabólica,
- maior risco de infarto e AVC,
- queda da oxigenação cerebral,
- prejuízo de memória, atenção e estabilidade emocional.
A apneia é uma máquina silenciosa de deterioração mental e cardiovascular.
4. A IMOBILIZAÇÃO FORÇADA DE UM SUJEITO HIPERATIVO: DESTRUIÇÃO POR DENTRO
Indivíduos hiperativos — mesmo adultos — possuem uma fisiologia que necessita de movimento.
Parar um hiperativo é como “desligar” o metabolismo dele pela metade.
Quando o Estado restringe:
- liberdade,
- deslocamento,
- rotina de exercícios,
- autocuidado,
- movimento diário indispensável ao controle metabólico,
o corpo desse indivíduo começa a colapsar.
CONSEQUÊNCIAS DA IMOBILIDADE:
- aceleração da aterosclerose (entupimento das artérias),
- piora radical da síndrome metabólica,
- aumento de peso,
- aumento da pressão arterial,
- piora do refluxo,
- aumento da apneia,
- agravamento do risco de AVC e infarto.
Para quem já tem vulnerabilidades — como ateromatose carotídea ou hipertensão — isso funciona como uma sentença biológica.
5. A MÁQUINA VASCULAR PRESTES A ROMPER: O RISCO REAL DE AVC
A soma de:
- refluxo,
- apneia,
- inflamação crônica,
- hipertensão,
- ateromatose,
 - má circulação cerebral,
- noites mal dormidas,
- imobilidade,
cria o ambiente perfeito para uma descompensação neurológica grave.
COMO O CÉREBRO SOFRE NESSA SITUAÇÃO?
- A apneia reduz o oxigênio.
- A hipertensão danifica os vasos.
- A aterosclerose estreita as artérias.
- A inflamação crônica altera o metabolismo cerebral.
- A privação de sono desestabiliza funções cognitivas essenciais.
COM ISSO, SURGEM EPISÓDIOS DE:
- confusão mental,
- desorientação,
- impulsividade,
- instabilidade emocional,
- momentos quase delirantes,
- lapsos de julgamento.
Esses episódios podem ser mal-interpretados como “surto”, quando na verdade são descompensações neurofisiológicas previsíveis.
6. MEDICAÇÕES DESALINHADAS: O GOLPE FINAL NO EQUILÍBRIO PSIQUIÁTRICO
Em quadros assim, certas medicações podem:
- piorar a apneia,
- reduzir ainda mais o nível de alerta,
- provocar retenção de CO₂,
- causar instabilidade emocional,
- precipitar episódios confusos.
A combinação de:
- apneia,
- má oxigenação,
- hipertensão,
- medicações inadequadas,
- imunidade baixa,
funciona como uma engrenagem de deterioração psicológica.
7. O PROJETO DE COLAPSO: QUANDO O CONTROLE DAS CONDIÇÕES DE VIDA VIRA ARMA
Este é o ponto crítico:
Quando se restringe a liberdade de movimento, limita-se o acesso a exercícios, impõe-se contenção contínua, nega-se tratamento adequado e administra-se medicação que interfere na mente de alguém já fragilizado, cria-se um vetor de adoecimento progressivo.
Não é necessário nenhum gesto explícito: a soma das ações produz o resultado.
A deterioração é:
- lenta,
- contínua,
- fisiológica,
- previsível.
O resultado possível:
- um AVC devastador,
- um infarto súbito,
- um colapso respiratório durante a noite,
- ou uma deterioração psiquiátrica grave decorrente de dano vascular.
Nada disso exige violência física direta: basta impedir o corpo de funcionar.
CONCLUSÃO
Quando o conhecimento médico é manipulado para criar condições de adoecimento — seja pela restrição de movimento, pelo uso inadequado de medicações, pela falta de tratamento adequado ou pela exploração das vulnerabilidades físicas preexistentes — o Estado atravessa uma fronteira perigosa: ele deixa de proteger a vida e passa a manipular a biologia de um indivíduo até o limite do colapso.
Este artigo descreveu, com linguagem técnica e explicações claras, como um conjunto de fatores fisiológicos, metabólicos, respiratórios, vasculares e psiquiátricos pode ser usado para enfraquecer e destruir um corpo humano.
É uma reflexão necessária sempre que a política invade o campo da medicina — e transforma a ciência, que deveria curar, numa ferramenta silenciosa de destruição.”
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