A votação da anistia, prevista para ser pautada hoje na Câmara dos Deputados, representa um dos momentos mais decisivos para a direita brasileira desde 2018. Não se trata apenas de um projeto legislativo: é a oportunidade de corrigir arbitrariedades, restabelecer confiança nas instituições e devolver segurança jurídica a milhares de brasileiros perseguidos após os eventos de 2022.

Para a direita, a anistia é mais do que um gesto simbólico — é a chance de virar a página de um capítulo marcado por excessos, prisões controversas, restrições de liberdade e um clima de perseguição política que feriu profundamente a credibilidade do Estado. Aprovar a anistia é afirmar que o país não pode conviver com dois pesos e duas medidas, nem aceitar que divergência política seja criminalizada.

O tema também mobiliza a base conservadora, que vê na anistia um resgate da justiça e um ingrediente essencial para reorganizar sua força política de olho em 2026. Com a prisão de Bolsonaro reacendendo um sentimento nacional de revolta e vigília, a pauta ganha ainda mais intensidade: virou bandeira de unidade e energia para a direita.

A votação de hoje será um divisor de águas. Se aprovada, a anistia pode reacender a confiança no Congresso e simbolizar o primeiro movimento concreto rumo ao reequilíbrio institucional do país. Se rejeitada, tende a aprofundar a crise de representatividade e fortalecer a percepção de injustiça que está levando multidões às ruas.

Hoje, a Câmara decide mais do que um projeto — decide qual justiça o Brasil quer defender.

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