Simultaneamente Lula leva duas “pancadas” e crise se agrava
26/11/2025 às 11:46 Ler na área do assinante
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não participaram da cerimônia de sanção do projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil. O evento ocorreu nesta quarta-feira (26) no Palácio do Planalto, em Brasília. Duas pancadas simultâneas em Lula.
A solenidade estava marcada para as 10h30 e previa a participação dos líderes do Congresso Nacional. Lula havia reservado espaço para pronunciamentos de ambos durante o evento, destacando a relevância institucional da presença dos dirigentes legislativos.
A ausência simultânea de Alcolumbre e Motta sinaliza o agravamento das divergências entre o Congresso e o governo federal. Anteriormente, os dois dirigentes legislativos direcionavam suas críticas aos líderes do PT no Senado, Jaques Wagner, e na Câmara, Lindbergh Farias, com quem afirmavam ter rompido relações políticas.
Com a decisão de não comparecer à cerimônia, os parlamentares transformaram Lula em alvo direto de sua insatisfação. A atitude evidencia o desalinhamento entre a liderança do Congresso e o Executivo federal em um período de importantes deliberações legislativas.
O atrito com Davi Alcolumbre intensificou-se após Lula indicar Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga no STF. O presidente do Senado defendia a nomeação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a cadeira deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, aposentado em outubro.
Desde o anúncio da escolha de Messias, Alcolumbre tem demonstrado resistência ao nome indicado. Como parte dessa postura, o presidente do Senado marcou a sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para 10 de dezembro, estabelecendo um prazo curto para a preparação do indicado.
Quanto a Hugo Motta, os desentendimentos com o governo federal acumulam-se desde sua atuação contrária à proposta de aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitada pela Câmara dos Deputados. A tensão aumentou durante a tramitação do projeto Antifacção enviado pelo Executivo ao Legislativo.
Motta gerou forte reação do PT ao designar o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), opositor do governo, como relator da proposta. A escolha recebeu críticas do líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), ampliando o distanciamento entre o presidente da Casa e o partido de Lula.
O presidente da Câmara tem expressado que o PT realiza uma oposição desleal à sua gestão, utilizando as redes sociais para caracterizá-lo como defensor dos interesses de banqueiros e bilionários, acusações que considera injustas e politicamente motivadas.
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