O ex-ministro da Economia Paulo Guedes, atualmente sócio fundador da YvY Capital, afirmou nesta terça-feira (25) que o cenário internacional atravessa aquilo que classificou como um “tsunami de conservadorismo”, num contexto de enfraquecimento da estrutura global erguida após a Segunda Guerra Mundial.
A declaração foi feita durante um evento organizado pela UBS Wealth Management, onde o economista apresentou uma leitura sobre as tensões que, segundo ele, deslocaram o eixo de poder mundial.
Logo no início de sua exposição, Guedes observou que a economia liberal deixou de ocupar posição central e que a geopolítica passou a comandar o debate internacional. Em tom descontraído, sintetizou sua interpretação sobre essa transição:
“Agora é geopolítica na frente, conservadores na frente, liberalismo no banco de trás e socialistas fora da conversa”.
Para ele, esse movimento representa uma inflexão histórica que está redefinindo prioridades políticas e econômicas.
O economista apontou que a ascensão de forças conservadoras ocorre em paralelo ao desgaste de agendas progressistas e ao recuo de políticas liberais tradicionais. Segundo avaliou, esse ambiente é favorecido pelo aumento da insegurança em diversas dimensões — da vida cotidiana às estruturas políticas. Nesse ponto, destacou que a busca por estabilidade se tornou central:
“As pessoas querem proteção, querem segurança. Não é normal você sair de casa sem saber se vai voltar. Não é normal não ter segurança política, de propriedade, de vida”, afirmou.
Guedes argumentou ainda que as democracias, sobretudo no Ocidente, estariam sob forte pressão, ao passo que países orientais ampliaram sua projeção global.
Ao citar o crescimento chinês, lembrou que o país asiático adotou mecanismos de mercado e utilizou essa estratégia para retirar milhões de pessoas da pobreza, o que, em seu entendimento, evidencia um contraste entre diferentes modelos políticos na disputa internacional.
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