5 policiais do Choque do RJ são presos por grave suspeita de crime na megaoperação contra o CV

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A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu cinco policiais militares do Batalhão de Choque nesta sexta-feira (28), suspeitos de cometerem crimes durante a megaoperação Contenção nos complexos da Penha e do Alemão. Entre os detidos estão o terceiro sargento Eduardo de Oliveira Coutinho, o subtenente Marcelo Luiz do Amaral e o segundo sargento Diogo da Silva Souza.

A investigação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, analisou imagens das câmeras corporais que revelaram indícios de furto de um fuzil apreendido após confronto. Além dos cinco detidos, outros cinco PMs do mesmo Batalhão são alvos de mandados de busca e apreensão.

A Polícia Militar do Rio afirmou em comunicado que "não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". O sistema do Tribunal de Justiça do Rio ainda não indica os nomes dos advogados dos presos.

A decisão judicial que determinou as prisões descreve que um fuzil foi encontrado no chão após um tiroteio envolvendo agentes do Choque. As imagens mostram a arma sendo recolhida, porém sem registro formal nos documentos da operação. Os policiais se dirigiram a um estabelecimento comercial por volta das 10h33.

As gravações captaram um "diálogo sugestivo de tentativa de desmontagem, ocultação e transporte de objetos". Em uma das conversas, Coutinho diz a Amaral:

"Eu vou tirar e colocar na minha mochila de novo, está separado, pode botar nesse daí?". Depois acrescenta: "Vou colocar lá atrás do banco, valeu? Porque eu vou levar de novo, porque eu vou tirar e levar minha mochila de novo, está separado".

Em outro momento, Marcelo pergunta:

"Você colocou na sua mochila?"

Coutinho responde:

"Está dividido, eu desmontei".

Ao saírem, o sargento Souza sugere:

"Tem que ir para um lugar deserto, colocar na caçamba".

Coutinho afirma:

"Eu vou montar é novamente".

E Souza indica:

"Lá para cima, umas ruas desertas dessa aí".

O juiz Thales Nogueira Cavalcanti Venancio Braga observa o seguinte:

"As gravações não permitiram identificar o destino do fuzil arrecadado, tampouco se esclarece o encaminhamento das peças retiradas do veículo". Para o magistrado, a conduta revela "gravíssima violação aos deveres funcionais militares e potencial afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da transparência na atuação operacional, o que configura risco concreto à ordem pública militar".

O Batalhão de Choque realizou 27 prisões durante a megaoperação Contenção e registrou uma morte por intervenção policial. A unidade apreendeu oficialmente 22 fuzis, cinco pistolas, um revólver, carregadores, munições, drogas e R$ 787 em dinheiro. A operação contou com a participação de 210 policiais militares do Choque.

Os policiais investigados não estão entre aqueles que registraram formalmente as armas apreendidas na operação. A Promotoria do Rio de Janeiro anexou um relatório detalhado sobre o caso aos documentos enviados ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito da ADPF 635.

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da Redação