Lula entra em campo para proteger seu 'escolhido'
30/11/2025 às 21:54 Ler na área do assinante
Diante da possibilidade concreta de o Senado rejeitar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e a base governista no Congresso entraram em operação para tentar evitar um novo desgaste político.
A prioridade do governo tem sido bloquear qualquer movimento que leve Messias a depor na CPI mista do INSS — comissão que investiga uma quadrilha responsável por desviar bilhões de reais por meio de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas.
Parlamentares da oposição sustentam que Messias pode ter atuado para blindar um sindicato envolvido no esquema ao não solicitar o bloqueio de seus recursos, prática adotada pela AGU em situações semelhantes. O advogado-geral nega qualquer omissão. Os oposicionistas baseiam a acusação em um documento enviado por procuradores federais, em 2024, à Advocacia-Geral da União, alertando sobre o acúmulo de queixas envolvendo descontos irregulares em benefícios previdenciários.
O informe citava diretamente o Sindinapi, entidade cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula.
Em maio deste ano, durante participação no programa “Bom Dia, Ministro”, Messias afirmou que a CPI poderia dificultar o ressarcimento às vítimas dos descontos associativos ilegais — declaração que ampliou o embate com o colegiado.
Na quinta-feira passada, a CPI decidiu adiar a votação de um requerimento para convocar o advogado-geral da União, mas a ofensiva parlamentar continua. O pedido será novamente analisado no dia 4, sob o argumento de que Messias precisa explicar a atuação da AGU na investigação sobre os descontos indevidos.
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