AO VIVO: Como devem ser as primeiras ações militares dos EUA sobre a Venezuela (veja o vídeo)

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Em meio ao colapso diplomático entre Washington e Caracas, analistas militares projetam como devem ocorrer as primeiras ações das Forças Armadas dos Estados Unidos caso a ofensiva anunciada contra o regime de Nicolás Maduro se confirme.

A doutrina operacional americana indica que qualquer intervenção desse porte se apoiaria em três pilares fundamentais: domínio aéreo imediato, paralisação das comunicações e controle dos portos e centros de comando político — etapas essenciais para neutralizar qualquer resposta venezuelana.

1. Ataque cirúrgico às bases aéreas

O primeiro movimento dos EUA seria destruir, em poucos minutos, a capacidade de reação aérea da Venezuela. Para isso, a ofensiva priorizaria ataques de precisão contra as principais bases aéreas do país — um padrão que já foi utilizado em operações anteriores no Iraque, na Sérvia e na Síria.

Os alvos mais prováveis incluem:

        •      Base Aérea El Libertador (Aragua) — sede dos caças Sukhoi Su-30MK2 e parte dos F-16A/B;

        •      Base Aérea Tte. Vicente Landaeta Gil (Barquisimeto) — unidade que abriga F-16A/B e aeronaves de ataque leve;

        •      Base Aérea Generalíssimo Francisco de Miranda – La Carlota (Caracas) — ponto estratégico para comando tático e helicópteros utilitários;

        •      Base Aérea Mariscal Sucre (Boca de Río) — com aeronaves de treinamento e modelos de patrulha armada;

        •      Base Aérea Rafael Urdaneta (Maracaibo) — conhecida pelo emprego de helicópteros de ataque.

O objetivo seria inutilizar as pistas, destruir aeronaves estacionadas e impedir qualquer decolagem. Sem capacidade aérea, a Venezuela não conseguiria defender centros urbanos nem reagrupar suas forças terrestres.

Além disso, radares de defesa antiaérea, sistemas de mísseis russos S-300 e centros de controle ficariam entre os primeiros alvos, garantindo que nenhuma unidade venezuelana possa responder ou sequer detectar a totalidade da operação.

2. Guerra cibernética total

Quase simultaneamente, os EUA acionariam sua máquina de guerra cibernética. A ofensiva digital teria como função imobilizar completamente a cadeia de comando venezuelana, bloqueando:

        •      comunicações militares internas;

        •      transmissão de ordens entre quartéis;

        •      monitoramento de fronteiras;

        •      redes de defesa antiaérea e naval.

A Venezuela mergulharia em um apagão informacional, incapaz de coordenar qualquer manobra defensiva. Sem comunicação, batalhões e bases ficariam isolados, “no escuro”, como descrevem especialistas em operações eletrônicas.

3. Tomada dos portos estratégicos

Para impedir que o regime tente escapar, receber apoio externo ou movimentar recursos estratégicos, os EUA devem avançar sobre os três maiores portos do país:

        •      Porto de Maracaibo, no oeste;

        •      Porto de Puerto Cabello, no centro;

        •      Porto de La Guaira, próximo a Caracas.

O domínio desses portos permitiria controlar:

        •      rotas de abastecimento marítimo;

        •      eventuais tentativas de fuga;

        •      entrada de armamentos estrangeiros;

        •      movimentação logística de tropas pró-Maduro.

A operação, conduzida por unidades navais e fuzileiros americanos, criaria um bloqueio de fato, transformando o litoral venezuelano em área completamente monitorada.

4. Tomada do Palácio Miraflores

Com o regime já incapacitado militarmente, o próximo passo seria neutralizar o centro de comando político do chavismo. Helicópteros de forças especiais, possivelmente acompanhados de drones de observação, avançariam sobre o Palácio Miraflores, sede oficial do governo.

O objetivo da tomada de Miraflores seria:

        •      impedir qualquer reorganização do comando político;

        •      neutralizar o núcleo de inteligência do regime;

        •      evitar pronunciamentos de resistência;

        •      capturar ou isolar figuras-chave do chavismo.

Esse tipo de ação é característico de operações americanas que visam transição imediata de poder, como já ocorreu em Panamá (1989) e no Afeganistão (2001).

5. Instalação de um governo de transição com Edmundo González

Com a infraestrutura militar e política do regime neutralizada, os EUA apoiariam a posse imediata do opositor Edmundo González Urrutia, apontado por parte da comunidade internacional como presidente legítimo.

A presença americana no território venezuelano seria mantida enquanto:

        •      o novo governo estabiliza instituições;

        •      eleições livres são organizadas;

        •      setores militares são reestruturados;

        •      redes de inteligência ligadas ao chavismo são desmobilizadas.

A retirada americana ocorreria somente após a consolidação de um governo funcional e reconhecido internacionalmente.

A lógica militar indica que qualquer ação americana na Venezuela seguiria um roteiro altamente calculado, visando derrubar rapidamente a capacidade de reação do chavismo, impedir fuga de lideranças, controlar a infraestrutura estratégica e garantir a transição imediata de poder.

A ofensiva, se concretizada, teria impacto profundo sobre toda a região e reconfiguraria o cenário político sul-americano.

Veja o vídeo:

Foto de Emílio Kerber Filho

Emílio Kerber Filho

Jornalista e escritor
Autor do livro “Por trás das grades - O diário de Anne Brasil”.