Alerj decide na segunda-feira questão da prisão de Bacellar e já se vislumbra o resultado
05/12/2025 às 10:29 Ler na área do assinanteA Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai analisar na próxima segunda-feira (9) a situação do deputado Rodrigo Bacellar, preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Partidos de esquerda e o PSD, de Eduardo Paes, já anunciaram que votarão pela manutenção da prisão. Porém, nos bastidores a expectativa é que a maioria dos parlamentares vote pela revogação da medida.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia se reúne nesta sexta-feira (5) em sessão extraordinária para elaborar um parecer sobre o caso, após receber notificação oficial do STF ontem. Os sete membros do colegiado avaliarão tanto a prisão quanto o afastamento de Bacellar de suas funções legislativas.
Um bloco de 12 deputados estaduais do PT, PSB, PCdoB e PSOL definiu posição após reunião conjunta. O grupo votará pela manutenção da prisão e pelo afastamento de Bacellar da presidência da Casa. Existe a possibilidade de que parte da base do governo Cláudio Castro acompanhe esse posicionamento.
O deputado Carlos Minc (PSB) destacou que o caso envolve "indícios de possível conivência com o Comando Vermelho", situação que estaria causando constrangimento entre parlamentares conservadores.
"Deputados da direita, que dizem combater o crime, estão muito incomodados, porque isso atinge diretamente o discurso deles. Nós queremos analisar o processo inteiro, respeitando a presunção da inocência. Mas não se pode manter conivência nem frear investigações da Polícia Federal e do Supremo", afirmou.
O PSD também definiu sua posição após reunião convocada pelo deputado federal Pedro Paulo na sede partidária, no Centro. Com a presença dos seis deputados estaduais da legenda – Átila Nunes, Cláudio Caiado, Lucinha, Luiz Paulo, Munir Neto e Sérgio Fernandes – ficou estabelecido que a bancada votará pela manutenção da prisão.
Guilherme Delaroli (PL), atual "presidente em exercício" da Assembleia Legislativa, informou que os detalhes completos da investigação ainda não chegaram oficialmente à Casa. Segundo ele, a prerrogativa dos deputados será analisar o processo de soltura, não o mérito das acusações contra Bacellar.
Lideranças partidárias consideram praticamente certa a suspensão da ordem de prisão pela maioria dos deputados. Persistem dúvidas sobre o possível retorno de Bacellar à presidência da Alerj após sua libertação. Alguns parlamentares vislumbram a possibilidade de Delaroli permanecer como presidente em exercício até o final do atual mandato.
O PL articula nos bastidores para conquistar apoios visando colocar na presidência da Alerj o atual secretário estadual de Cidades, Douglas Ruas, temporariamente afastado de seu mandato como deputado estadual. Antes da prisão de Bacellar, Ruas já figurava entre os nomes cotados pelo partido para assumir a liderança da Assembleia após as eleições de 2026.
Tanto Ruas quanto Delaroli mantêm proximidade com o deputado federal Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara dos Deputados, que esteve presente na Alerj ontem. Altineu afirmou que cada parlamentar estadual de sua legenda deverá decidir individualmente seu voto na sessão de segunda-feira.
"É um assunto extremamente delicado e muito triste. O nosso estado está passando por esse momento novamente. O presidente Bacellar foi eleito com unanimidade, exerce grande relação pessoal com muitos deputados", declarou Altineu após visitar a Assembleia. Após reunião com Delaroli, o líder do PL na Câmara Federal elogiou o vice-presidente da Alerj: "É um cara inteligente e competente. A minha opinião para ele foi que faça as coisas com cautela, com calma, dentro do regimento".
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da Redação