Morre o lendário impostor que enganou o Brasil e iludiu até o submundo do crime

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Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido nacionalmente como Marcelo VIP, morreu na terça-feira (9), aos 49 anos, vítima de cirrose hepática.

A informação foi confirmada pelo advogado do golpista, Nilton Ribeiro.

A morte encerra a trajetória de um dos personagens mais intrigantes — e ousados — do noticiário policial brasileiro.

Marcelo construiu a própria fama atravessando décadas com identidades falsas, golpes cinematográficos e uma capacidade incomum de se infiltrar em ambientes completamente distintos. Sua história virou filme em 2010, com Wagner Moura no papel principal, no longa “VIPs: Histórias reais de um mentiroso”.

Um mestre da farsa desde a adolescência

Marcelo começou cedo. Aos 14 anos, já assumia nomes falsos e enganava quem estivesse pela frente. Com o tempo, ampliou o repertório:

• Golpe mais famoso: em 2001, no Recife, se passou por Henrique Constantino, suposto herdeiro da Gol Linhas Aéreas. Deu entrevistas, circulou em festas e iludiu celebridades antes de ser desmascarado.
• Dentro de Bangu: em 2002, preso, afirmou ter assumido a liderança do PCC para controlar uma rebelião — mesmo sem qualquer vínculo real com a facção.
• Nos palcos: acabou detido em Santa Catarina após se apresentar como guitarrista dos Engenheiros do Hawaii.
• Como jornalista: ainda menor de idade, conseguiu uma credencial para cobrir um festival em Joinville. Chegou a alegar entrevistas com políticos e artistas.
• Piloto do tráfico: segundo relatou em sua biografia, aos 18 anos já transportava cocaína e produtos ilegais na região de Foz do Iguaçu, pilotando aviões apenas observando outros profissionais.

Essas são apenas algumas das identidades que utilizou. Marcelo também se descreveu como policial, tenente, fiscal da Receita, olheiro da seleção brasileira e outros personagens criados para abrir portas.

Prisões, fugas e o fim de uma vida dupla

Ao longo da carreira criminosa, Marcelo acumulou 33 anos de condenações por estelionato, falsidade ideológica, roubo de avião e associação ao tráfico. Foi preso em 12 estados diferentes e protagonizou nove fugas, sempre desafiando autoridades.

Em 2018, voltou a ser detido durante a Operação Regressus, acusado de fraudar documentos para obter progressão de regime.

Nos últimos anos, porém, tentava reconstruir a vida: dava palestras sobre persuasão, trabalhava com grandes artistas e concedia entrevistas refletindo sobre o passado.

Segundo o amigo e advogado Roberto Bona Junior, Marcelo buscava uma espécie de redenção:

“Fez muita coisa errada, mas soube aproveitar as novas chances e escrever outra história”, afirmou.

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da Redação