
Flávio "janta cedo" e dá show em rede nacional (veja o vídeo)
16/12/2025 às 09:41 Ler na área do assinante
Em participação no Programa do Ratinho, exibido pelo SBT na noite desta segunda-feira, 15, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, voltou a elevar o tom contra o Supremo Tribunal Federal.
Segundo ele, a Corte atua sob motivação de “perseguição política” e tem ultrapassado os limites institucionais ao interferir diretamente no cenário político nacional. Durante a conversa, o parlamentar também reforçou a defesa de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e direcionou duras críticas ao governo do presidente Lula da Silva, especialmente no que diz respeito à corrupção em estatais.
A entrevista ocorreu em um contexto de forte repercussão pública envolvendo a emissora. Nos dias anteriores, o SBT foi alvo de críticas após convidar o presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes para o evento de lançamento do canal SBT News, realizado na sexta-feira, 12. A decisão gerou reação negativa em parte do público e levou o cantor Zezé de Camargo a solicitar publicamente o cancelamento de sua participação em um programa especial de Natal já gravado. A emissora acabou acatando o pedido.
Convite, rumores e esclarecimento do SBT
Ainda na tarde de segunda-feira, Flávio Bolsonaro informou por meio das redes sociais que havia recebido um telefonema do apresentador Ratinho, convidando-o para participar do programa. Pouco depois, surgiram informações dando conta de que a direção do SBT teria vetado a presença do senador. A assessoria da emissora, no entanto, esclareceu que não houve veto e que a divulgação dessa versão ocorreu “por engano”.
No estúdio, Ratinho recebeu Flávio Bolsonaro com o apoio dos jurados que integram a bancada da atração. Ao longo da entrevista, o apresentador fez questão de reafirmar, em mais de um momento, a posição institucional da casa.
“O SBT foi e sempre será uma emissora imparcial.”
Críticas ao Judiciário e defesa de anistia
Durante o programa, o senador abordou temas como o papel do STF, a situação jurídica de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de propostas nas áreas de saúde e, sobretudo, segurança pública. Flávio defendeu de forma enfática a anistia aos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro e declarou que, caso venha a ser eleito presidente, concederia perdão judicial ao pai e a todas as pessoas que considera “presas injustamente”.
Segundo o parlamentar, o atual ambiente institucional no país tem afetado diretamente o trabalho no Congresso Nacional. Ele afirmou que aproximadamente 70% dos parlamentares enfrentariam dificuldades para exercer seus mandatos devido a restrições à liberdade de expressão, cenário que, em sua avaliação, compromete o funcionamento da democracia representativa.
Estatais, Correios e denúncias de influência política
Ao tratar da gestão federal, Flávio Bolsonaro voltou suas críticas para as estatais, apontando o que considera má administração e uso político dessas empresas. Como exemplo, citou os Correios, que, de acordo com o senador, acumulam prejuízos bilionários e estariam sendo conduzidos com base em interesses partidários, e não técnicos. Ele afirmou que a estatal se encontra sob influência do grupo de advogados conhecido como Prerrogativas, que, em sua visão, exerce poder informal sobre decisões estratégicas do governo.
Na parte final da entrevista, Flávio avaliou que decisões recentes do Supremo contribuíram para um ambiente de insegurança jurídica e para o aumento da polarização institucional. Para ele, o Judiciário deixou de atuar como um poder moderador e passou a interferir diretamente na política.
“Não só o discurso de ódio continua; mas as práticas de ódio continuam. A gente pode ter lado, a plateia pode ter lado. Quem não pode ter lado é o juiz.”






