Documento que governistas bloquearam na CPMI vem à tona e revela o “voo proibido” de Lulinha
16/12/2025 às 19:23 Ler na área do assinante
A Polícia Federal (PF) possui documentação que comprova que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula, e Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", viajaram na primeira classe do mesmo voo com destino a Portugal. A viagem ocorreu em 8 de novembro de 2024, partindo do aeroporto de Guarulhos com destino a Lisboa.
Os documentos obtidos pela PF mostram que os dois ocuparam assentos na primeira classe do voo Latam JJ 8148. Antunes estava na poltrona 3A, enquanto Lulinha ocupava o assento 6J, ambos localizados próximos às janelas da aeronave.
A confirmação desta viagem valida parte do depoimento prestado por Edson Claro, ex-funcionário do Careca, às autoridades. A PF conseguiu obter a lista de passageiros do voo mesmo após parlamentares da base governista na CPMI do INSS terem impedido, no início deste mês, que a comissão requisitasse esses documentos diretamente à Latam.
Passagens nesta categoria de voo podem custar entre R$ 14 mil e R$ 25 mil. A primeira classe da Latam nesta rota oferece poltronas que reclinam completamente, transformando-se em camas, além de serviço de bordo exclusivo com carta de vinhos que inclui rótulos de até R$ 800.
No depoimento às autoridades, Edson Claro fez alegações adicionais. Segundo ele, Lulinha recebia uma "mesada" de aproximadamente R$ 300 mil mensais de Antunes. O ex-funcionário também mencionou um suposto pagamento único de R$ 25 milhões feito pelo "Careca do INSS" ao filho de Lula.
Em meados deste ano, Lulinha transferiu-se para Madri, na Espanha. Esta mudança levantou questionamentos entre parlamentares na CPMI do INSS sobre possível conhecimento prévio das investigações ou tentativa de evitar a comissão parlamentar.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante encontro com jornalistas na segunda-feira (15), não comentou as investigações sobre Lulinha no caso da Farra do INSS, citando o sigilo do processo. Ele apenas declarou: "infelizmente surgiu essa possibilidade".
A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes informou que não teve acesso às informações e por isso não se manifestaria. Lulinha ainda não constituiu representação legal. Pessoas próximas a ele afirmaram que ele planeja retornar ao Brasil no final do ano.
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