Ratinho, sinto muito, mas jornalisticamente, o SBT não é exatamente como você pintou!
17/12/2025 às 20:23 Ler na área do assinanteNão escondo de ninguém minha admiração pela trajetória profissional e ferve de comunicador nato do Ratinho. Isso me deixa um tanto quanto à vontade para discordar de muitos posicionamentos dele. Mas no geral, sua postura de absoluto respeito com a família, com a pátria, com a religiosidade e seu senso ímpar de justiça, tendemos, sempre, a ouvi-lo em suas manifestações públicas.
Dito isso, quero dizer uma coisa bem honesta sobre a fala do Ratinho com relação às polêmicas causadas por ocasião da inauguração do SBT News, seguido pelos atritos com o público e telespectadores da emissora. Claro, tendo como pano de fundo as declarações contrárias, fortes e contundentes, do cantor Zezé di Camargo.
Como preâmbulo, desejo esclarecer que é compreensível a postura profissional do Ratinho com a emissora, ao defendê-la, mesmo porque, a esta altura do campeonato, o Ratinho não depende financeiramente de qualquer consequência de uma eventual ruptura com o canal do SS.
Acredito em sua franqueza, mas não em sua percepção.
Todo o desenrolar da polêmica, querendo ou não, virou NOTÍCIA!
Quero focar no posicionamento jornalístico do SBT que o Ratinho exaltou, que desde sempre, é um princípio basilar da emissora. Se aprofundarmos na deontologia do jornalismo, o Ratinho vai entender o que eu clamo aqui, e por isso, discordo dele.
De imediato, quero dizer que, se vivo, o evento da inauguração do novo canal da rede sob as mãos do Sílvio Santos, não aconteceria da forma como aconteceu. E o erro que as filhas do SS, hoje comandantes do legado do pai, cometeram, está alojada em si mesmo, ou seja, o próprio evento grita alto em desfavor do jornalismo. Rebuscado como ato institucional, a expressão é apenas usada como perfumaria, pois no fundo tratou-se de uma contrapropaganda da sociedade que busca por ordem e justiça no país, celebrando um malfeitor impiedoso.
Sendo benevolente, digamos que as herdeiras não tenham sensibilidade para ver o desestímulo, a ofensa, e principalmente, os impiedosos maus tratos que impuseram às vítimas do sistema que ora vige no Brasil ao colocar entre seus convidados, uma pessoa que usa e abusa de sua condição de ministro da mais alta corte do país; ele mesmo, o Alexandre de Moraes, e porque não aqueles que o dão guarida na mesma corte.
Não fica longe desta verdade, a postura covarde da “tradicional” imprensa brasileira, que avilta, não só o jornalismo, mas o cidadão brasileiro, todo santo dia, há mais de cinco anos. Veja que nesse aspecto, muitas vezes o SBT é poupado, pois não carrega sobre seus ombros a pecha da imperdoável militância ideológica entre seus jornalistas. De alguma maneira, o SBT consegue se distanciar disso, mas não aos olhares mais atentos.
E já neste ponto podemos cravar que sobre o SBT, já que estamos na seara do jornalismo, não há de se falar que se levante contra o que acontece na nossa pátria e república, mas é perfeitamente cabível que seu jornalismo, no mínimo, inaugure (também) fronteiras para o debate, dando voz aos que didaticamente mostram o outro lado da moeda, e que tem no campo da internet e em seus canais alternativos, as únicas maneiras de se manifestarem - quando não censurados ou castigados.
Mas o que foi feito no tal evento? Mais do que estender um tapete vermelho para aquele que pisoteia nas leis e na nossa constituição, dão holofote para que ele promova um ato POLÍTICO descarado, vomitando na cara do povo. Isso pesou demais, mas poucos falam, para que a reação popular se manifestasse organicamente, e não como querem imputar, alegando que são influenciados pela velocidade e dinâmica das redes sociais. Isso não é verdade!
Se pegarmos a nota do SBT para justificar o evento e sua postura, vamos observar que tem o mesmo peso da marginal nota emitida pela tal Janja (primeira-dama de ocasião) que mirou sair do debate do acontecido e jogar tudo para o campo identitário (tão comum na ala esquerdista). Sinto muito, mas essa é a verdade!
Sob o manto da concessão governamental do canal, que pode ser triturado pelo sistema em caso de avanço contra eles, quer dizer, mostrando a verdade, via NOTÍCIA, para sua gigantesca audiência, não pode prosperar o medo e a subserviência.
Ao Ratinho, cabe lembrar, que o SBT pauta editorialmente, e corretamente, o seu noticiário nos fatos, o que é relevante, mas deixa na gaveta e ignora o caminho traçado para que outros fatos, escusos e maléficos, corroborem com um mundo perverso e maldito que está por trás dele.
Não assistimos ao SBT mostrar, ou pelo menos trazer à luz, as notícias que se contrapõem às injustiças que perpetram contra o povo brasileiro. Exemplos, um atrás do outro, ano após ano. E não estou me referindo a opiniões e comentários soltos. Estou me dirigindo a ações oficiais de parlamentares, autoridades e personagens de renome internacional, que acionam instituições de justiça e de defesa dos direitos humanos pelo mundo, por exemplo. Isso também é NOTÍCIA e deve ser aprofundada em seu jornalismo. Vez ou outra, e olhe lá, apenas uma simples citação para dar cheiro de jornalismo.
Para não falarmos de temas ligados à pandemia e ao processo eleitoral, o que geraria a fúria de certos setores, podemos falar, pelo menos por enquanto, sobre o 8 de janeiro, e suas consequências indignas ao ser humano.
Por força de expressão, podemos dizer que diariamente, brasileiros são condenados e perseguidos, de várias formas. Os exilados, os desmonetizados, os censurados, os ameaçados, até chegarmos aos presos e sucumbir com a morte sob a tutela do estado, do Clezão, e que a sociedade até hoje não tem uma resposta, e responsabilização, das instituições.
Se sabemos que há fatos escondidos a sete chaves sobre o Adélio e seus mandantes, e a estratégia marginal sobre o 8 de janeiro, imagina sobre a morte do Clezão…
E neste sentido, silente, amordaçado e encolhido, o SBT se coloca sob a mesma condição de atores nada republicanos, mantenedores da hipocrisia e da falência moral e ética da democracia, e Deus queira, não atinja o pior para ser comparado a uma Globo da vida ou do Ministério Público Federal, vergonhas do povo brasileiro.
O SBT não pode fazer cara de paisagem nesta hora, em memória do patriarca Sílvio Santos, nem mesmo sob a defesa do Ratinho.
EM TEMPO: não quis evocar aqui o nome do Jair Bolsonaro, e tudo o que passou ao longo destes últimos anos, em respeito ao sofrimento que vem sendo imposto a ele. Só posso pedir ao nosso pai, DEUS todo poderoso, como cristão que sou, que tenha clemência e resguarde-o sob sua luz, preservando sua vida, salvando-o da malignidade.
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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