Em mais um episódio que mistura autopromoção e desconexão com a realidade, o ditador venezuelano Nicolás Maduro passou a se apresentar como “Arquiteto da Paz”. O título, concedido por uma entidade ligada ao próprio regime, foi celebrado em cerimônia oficial e amplamente difundido pela propaganda estatal.

A cena beira o surreal, sobretudo por ocorrer poucos dias após a líder da oposição María Corina Machado receber reconhecimento internacional por sua luta democrática. Enquanto a oposição é homenageada fora do país por defender liberdades e direitos civis, Maduro responde criando uma honraria sob medida para si mesmo.

O gesto foi duramente criticado por analistas e nas redes sociais, que apontam a contradição entre o discurso de “paz” e a realidade venezuelana: repressão política, perseguição a opositores, censura à imprensa e uma crise humanitária que levou milhões a deixar o país.

A autoproclamação reforça o uso recorrente da propaganda como ferramenta de sobrevivência política do regime. Longe de simbolizar qualquer conquista real, o título soa como mais um delírio autorreferente, que tenta maquiar um governo isolado internacionalmente e incapaz de oferecer paz, prosperidade ou democracia ao seu próprio povo.