Nota Oficial de Moraes carece de explicações, e pode evoluir para CPMI/Impeachment (veja o vídeo)

23/12/2025 às 21:14 Ler na área do assinante

Desde as revelações/denúncias do Grupo Globo, via Malu Gaspar e Merval Pereira, que envolvem o ministro Moraes em conversas com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a respeito do Banco Master, a situação, já crítica, aprofundou a crise que parece não ter fim.

O escândalo do contrato de R$129 milhões do escritório de advocacia da mulher do ministro com o Banco Master, datado de janeiro de 2024, já havia aproximado perigosamente a família Moraes e o banqueiro Daniel Vorcaro.

Existe uma linha do tempo que cruza tudo isso, e é neste ponto que cabe uma explicação muito pertinente para decifrar códigos ainda obscuros para a sociedade. A nota oficial de Moraes, tem os atores, mas não as datas dos encontros confessados. 

A nota oficial, na íntegra:

“O ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnitsky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil e o presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú.

Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito.”

O Master é investigado desde 2024, e afunilou para a liquidação do banco por parte do Banco Central, e várias prisões, inclusive do dono do Master. Daniel Vorcaro, e vários executivos do banco, foram presos no dia 17 de novembro após descobertas de fraudes no mercado financeiro. 

No meio do caminho apareceram outros protagonistas para a compra do Master, por cifras bilionárias, como o Banco de Brasília, Grupo Fictor, consórcio de investidores dos Emirados Árabes, entre vários outros envolvidos. Mas, o Banco Central soltou um sonoro NÃO para o negócio.

Ainda sob esse difícil traçamento da linha do tempo, ainda tem a Lei Magnitsky que sancionou Alexandre de Moraes em 30 de julho, e sua mulher Viviane Barci, seus filhos Gabriela, Alexandre e Giuliana Barci de Moraes e a empresa da família, Instituto Lex, em 22 de setembro. As sanções da Magnitsky caíram, para todos, em 12 de dezembro.

Lembrando que o ministro Dias Toffoli impõe o sigilo máximo no caso do Banco Master, no dia 2 de dezembro, trazendo para seu colo toda e qualquer decisão do inquérito, e impedindo investigações até mesmo da Polícia Federal.

Cabe pontuar que alguém está faltando com a verdade à medida que um lado, os jornalistas dizem que o encontro  do ministro com o presidente do BC tratou de pedidos para intervenções a favor do Master (cheio de detalhes), e do outro lado, o ministro alega que o tema foi a Lei Magnitsky. A caneta do ministro, que persegue incansavelmente a imprensa profissional, não teria que interpretar como uma fake gigante por parte da Globo, neste caso?  

Contando essa história, só com os peixes grandes envolvidos, deixando os bagrinhos e as piabas de fora, desfilam os seguintes personagens:

Já sobre as datas, fica mais complicado avaliar, uma vez que nem Malu Gaspar e Merval Pereira, nem a nota oficial do Moraes, trazem datas em seus relatos. O que sobrou em termos de datação, foi:

. 2024 - Início das investigações contra o Banco Master;
. Janeiro de 2024 - Contrato do escritório da Viviane Bacci com o Banco Master;
. 17 de novembro de 2025 - Prisão de Vorcaro e executivos do Banco Master;
. 18 de novembro de 2025 - Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco Master;
. 30 de julho de 2025 - Alexandre de Moraes é sancionado pela Magnitsky;
. 22 de setembro de 2025 - Viviane Barci, seus filhos Gabriela, Alexandre e Giuliana Barci de Moraes e o Instituto Lex, são sancionados pela Magnitsky.
. 12 de dezembro de 2025 - As sanções da Magnitsky contra a família e a empresa são derrubadas. 

As dúvidas e afirmações não são muitas, mas o peso delas seriam cruciais para responder o que está acontecendo neste gigantesco emaranhado de sucção de verdades, de betoneiras de dinheiro, do furacão de injustiças e dos temporais de abuso(s) de autoridade(s), todas peroladas por interesses de todos os lados. 

De todos os discursos dos envolvidos, há, no meu ponto de vista, uma proposital confusão generalizada. O ministro Moraes, e os que os margeiam, são sancionados no CPF, mas o negócio vai se enrolar para dentro da função de servidor público que ele é, o que acaba tirando lascas carnais no poder judiciário, numa instituição da república, o STF, na Constituição Federal, e do outro lado, crimes recaem sobre CNPJs de bancos, empresas e, ainda atingem uma terceira ponta que é a própria ordem econômica e política do país inteiro, desequilibrando todo o sistema republicano e social nacional, e porque não, até na nossa sofrida democracia.

E o papel da imprensa militante, neste momento, que ao que tudo indica, parece ter soltado a mão do Alexandre de Moraes? Vários jornalistas começaram a “dar pra trás”? Representa-os, dois dos mais atuantes na proteção do sistema até há pouco tempo. A própria Malu Gaspar e o Merval Pereira, além de há algum tempo, editoriais impensáveis como o da Folha de São Paulo e da própria Globo, começaram a bater com força no STF e em Moraes. O que aconteceu, afinal?

E as reuniões, tanto as citadas pela imprensa, quanto as citadas pelo Moraes, aconteceram em que tempo? Antes da Magnitsky, depois do Master, depois da Magnitsky, antes do Master, e aí?

Gaspar dá uma dica, com direito a confronto atrevido! Hoje, sobre o prisma da dúvida temporal da matéria da própria Gaspar e do Merval (que não falam de datas), da nota oficial do Moraes (que também não cita data nenhuma), muito menos a nota chinfrim do Banco Central confirmando o Moraes (apresentando um medo daqueles), a jornalista global fez comentários (quase como um depoimento no balcão da PF), que se não teve o propósito de desmentir Moraes (mas o fez, elegantemente), no mínimo, o contradiz, e ainda o desafia. Vai responder Moraes?

Assista ao trecho da fala da Malu Gaspar: 

E agora Josés e Marias… o tema do(s) encontro(s) com o Galípolo do BC foi sobre o Banco Master ou foi sobre a Magnitsky? Eu não tenho dúvidas; é sobre o Banco Master!

Vou puxar um fio: o sigilo máximo sobre o Banco Master, imposto pelo Toffoli, responde a muita coisa! A cada dia, as investigações da Polícia Federal, puxavam tufos e mais tufos cabeludos sobre gente poderosa, e carrega poder nisso!

Sentiram falta do Lula e seus cúmplices nessa! Aguardem!

Em termos de autoridades de uma só nação, o caso Epstein parece fichinha!

Em tempo: Este jornal, acaba de publicar alteração, com aparência de correção (ou seria o inverso), pela assessoria do Moraes… que confusão (proposital?)!

Leia:

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

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