
Reflexões sobre 2025: A confraria para combater os inimigos da "democracia"
29/12/2025 às 19:09 Ler na área do assinante
“O soberbo César, morto e convertido em barro,
Poderia vedar um buraco para afastar o vento:
Oh, que essa terra, que manteve o mundo espantado,
Conserte uma parede para expulsar o defeito do inverno”! (“Diário Estóico” – Ryan Holiday e Stephen Hanselman, pág. 755).
Os salvadores da democracia do Brasil deitaram e rolaram em 2025. Destaque para o Poder Judiciário e para o Poder Executivo. O intestino de Bolsonaro esfaqueado e dilacerado por um admirador das esquerdas salvadoras fez contraponto a esses elementos
O poder judiciário, representado pelo soberano Moraes, que se apossou do Brasil com um discurso de justiça e honestidade jogou areia nos olhos dos cidadãos com intuito de cegá-los, iludi-los, e enquanto todos tateavam no escuro, tratou de enriquecer. Ele, sua mulher e seus filhos. Mas antes, junto com os outros dez advogados que se tornaram ministros, criaram uma Confraria para combater os inimigos da democracia. Algo parecido com os Cavaleiros Templários.
- “Non nobis, Domine, non nobis, sed Nomini tuo da gloriam”. (Não para nós, Senhor, mas para a glória do teu Nome).
Os Cavaleiros Templários ou os Templários, foi uma ordem militar de Cavalaria da Igreja Católica. A organização existiu durante cerca de dois séculos na Idade Média (1118-1312), tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.
A Confraria brasileira, fundada por Moraes dentro do STF, sugou o nome do STF, suas leis e seus compromissos e os substituiu por outros, conforme sua conveniência. Moraes, o fundador, afirmava que esse arranjo das leis tinha a finalidade de proteger o inocente povo da Terra dos Papagaios dos maléficos seguidores do esfaqueado golpista Jair Bolsonaro.
O fundador dos Templários chamava-se São Bernardo de Claraval, em 1118. Os seus membros faziam votos de pobreza, castidade, devoção e obediência, usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros.
Os Templários tupiniquins do STF usam uma capa preta, tipo Batman, pregam a justiça e a salvação da democracia. Toffoli inventou o processo perpétuo e nomeou Moraes para conduzi-lo. Fachin disse que o CEP do processo contra os ladrões da Lava Jato foi para o lugar errado e anulou tudo. De uma canetada libertou todos os condenados confessos, incluindo Lula, da maior roubalheira que se tem notícia no mundo. Carmem Lúcia afirmou que “cala boca já morreu” e censurou os brasileiros que queriam abrir a boca. Todos os “Templários Tupiniquins” estão com pedidos de Impeachment no Senado. Para surpresa dos brasileiros honestos os processos não são julgados pelos Senadores.
O STF dos Templários das Cruzadas era o monte do Templo em Jerusalém, onde existira o Templo de Salomão. Eles foram encorajadas pela Igreja Católica a se tornarem “milites Christi”, ou seja, “cavaleiros de Cristo” que desejam combater os infiéis na Terra Santa. Formaram um Exército armado. Seu objetivo era proteger os peregrinos cristãos a caminho de Jerusalém que eram regularmente vítimas de abusos e até de assassinatos. Seu grito de guerra era “Deus vult" (“Deus assim o quer!”), e todos os que participaram na cruzada foram marcados com o sinal da cruz, tornando-se assim os cruzados. E em nome de Cristo cometeram todo tipo de violência.
Os Cruzados Tupiniquins do STF se auto intitularam os guardiões da democracia, os únicos que sabem interpretar a lei para o bem o para o mal. As Leis são eles. A Constituição é apenas um livro antigo que merece ser reinterpretado. Assim eles decidiram que os brasileiros que protestavam e invadiram e depredaram prédios públicos, sem nenhuma resistência, morte, ou seja lá o que for, todos eram “golpistas” e queriam derrubar a democracia. Mesmos os que não estavam lá. Presos, os baderneiros foram acusados e condenados por cinco crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.
Aos donos da lei não interessava se o acusado fez algo. Bastava estar na multidão, sem participar do quebra-quebra, apenas olhando, se divertindo ou se horrorizando. Pena máxima a todos. O caso típico é o de Deborah que escreveu na ridícula e feiosa estátua da justiça, em frente ao STF, perpetrada pelo comunista Oscar Niemeyer, as palavras de outro Templário do STF, aquele que ia recivilizar o Brasil, Barroso, já aposentado: “Perdeu, Mané”. Foi condenada a 15 anos de prisão.
Segundo os historiadores, “com o passar do tempo, a Ordem dos Cavaleiros Templários ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa. Entre algumas doações estão a herança do rei Afonso I de Aragão que, por não possuir herdeiro do sexo masculino, deixou todos seus bens às ordens de cavalaria (Templários, Hospitalários e do Santo Sepulcro) e a floresta de Cera com o Castelo de Soure, doados pela Rainha de Portugal, Teresa de Leão, com a condição de que expulsassem os sarracenos do país”.
Além das doações de seculares à ordem, os Templários também recebiam constantes benesses do Papado. Mas não só de doações vivia a Ordem, os templários usavam as propriedades que lhes eram doadas para plantar trigo, cevada e criar animais. Assim a subsistência dos cavaleiros se dava com a venda de trigo, cevada, lã de carneiro, carne de bovinos e queijo feito com leite dos animais criados nas propriedades templárias. Eles se tornaram riquíssimos. E com a riqueza vem o poder. E com o poder vem à tona todas as taras contidas e todos os tipos de desejos não realizados.
Os Templários Tupiniquins também se tornaram riquíssimos. São os novos ricos da nação. Não, não são altos executivos de empresas que produzem bens para consumo da humanidade. Sua riqueza provém do dinheiro público. A Confraria dos Templários Tupiniquins estendeu seus tentáculos por toda nação. Juízes de todos os graus e de todos os tipos, desembargadores, procuradores, promotores, advogados que militam em determinadas áreas do serviço público, tiveram seus salários aumentados através de penduricalhos e a maioria deles não recebe salários contados em mil, mas em milhões ao final do mês. Parentes e aderentes também participam da festa:
- “O contrato do escritório de advocacia da esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o Banco Master totalizava R$ 129 milhões. O montante seria pago em 36 meses, a partir do início de 2024. Ou seja, o banco pagaria por mês R$ 3,6 milhões ao escritório Barci de Moraes Advogados”. (Revista Piauí- 09/12/2025).
Em todos os Estados da Federação estouram escândalos envolvendo juízes, desembargadores, promotores e todos abarcam altas somas em dinheiro. A punição mais severa a esses infratores da lei é uma alta aposentadoria.
Durante dois séculos de existência os Cavaleiros Templários cometeram delitos de todos os tipos e os princípios que divulgavam eram apenas princípios, não realidades. Assim eles admitiram na ordem pessoas que não atendiam aos critérios, tomaram terras, depuseram reis...Eles chegaram a possuir de 15.000 a 20. 000 membros no seu auge, 10% dos quais eram cavaleiros.
- “Não é de supor que a Ordem do Templo tenha surgido totalmente armada, como Palas-Atena, da cabeça de Hugo de Payens, ou tenha sido o fruto de qualquer inteligência humana individual. A função oficial dos templários, por eles professada, tinha por certo surgido das Cruzadas; mas está claro que já existia uma série de funções especiais que só esta Ordem poderia realizar. A interação entre a mais elevada espiritualidade cristã e a mais elevada espiritualidade islâmica (sufismo) na Alta Idade Média exigia uma ordem soberana, acima de reis e bispos, não sujeita à legislação comum ou mesmo a interditos e excomunhões, e capaz, quando necessário, de se pôr de parte em relação a ambas as civilizações, para agir como mediadora ou árbitro entre elas”. (Angus Macnab, Spain under the Crescent Moon).
Então surgiu Felipe IV, O Belo, rei da França. Ele aplicou aos Templários a máxima de que quem vive pela espada, morre pela espada. Quem vive pela mentira, morre pela mentira.
- “Com graves problemas de dívida e tendo de recorrer a empréstimos junto dos Templários para financiar os negócios do seu reino, Filipe IV de França usou a sua influência sobre o papa Clemente V, sob a sua dependência, para acabar com a Ordem e confiscar todos os seus bens. Para isso, colocou em efeito uma estratégia de descrédito, acusando os Templários de heresia, imoralidade, sodomia e diversos outros crimes. A ordem de prisão foi redigida em 14 de setembro de 1307 no dia da exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de outubro de 1307 (uma sexta-feira), todos os cavaleiros que estavam em território francês foram detidos. (Pernoud, Regine (1974). “Os Templários” - pag. 125/127).
Entre 19 de outubro e 24 de novembro de 1307, 138 prisioneiros Templários foram interrogados em Paris. Eles confessaram os crimes e mais tarde, em defesa da Ordem, afirmaram que as confissões foram arrancadas no tribunal francês por meios de tortura.
A Ordem dos Templários é suspensa em 22 de março de 1312, pela bula Vox in Excelso. O papa Clemente V, através bula Ad providam de 2 de maio de 1312, transfere todos os bens Templários para os Hospitalários, exceto os de Portugal, de Castela, de Aragão e de Maiorca, os quais ficariam na posse interina dos monarcas, até o conselho decidir qual o seu destino.
- “No adro da Igreja de Notre-Dame, em Paris, fora instalado um cadafalso, para no dia 18 de março de 1314 anunciar a sentença de prisão perpétua aos cavaleiros Tiago de Molay, Hughes de Pairaud, Geoffroy de Charnay e Geoffroy de Gonneville. Em meio ao anúncio da sentença, De Molay e Geoffroy de Charnay levantaram-se bradando sua inocência e a de todos os Templários, que todos os crimes e heresias a eles atribuídos foram inventados.
No mesmo dia, armou-se uma fogueira próxima ao jardim do palácio onde foram queimados Tiago de Molay e Geoffroy de Charnay”. (Pernoud, Regine (1974). “Os Templários” - págs.148-149).
A Confraria dos Templários Tupiniquins, riquíssimos, é apoiada pela arraia-miúda, que os chama de “justiceiros”, formada por jornalistas, blogueiros, artistas, sindicatos, partidos políticos de esquerda, PT, Psol, PSB, PCB, PC do B, advogados do grupo Prerrogativa, todos ávido por pelo poder, se refestelam nas sobras e defendem com unhas e dentes os fundilhos esburacados dos Supremos. Eis seus últimos escândalos:
- “Em 2023, o STF derrubou um dispositivo do Código de Processo Civil que ampliava as hipóteses de impedimento de juízes quando escritórios de seus parentes advogassem junto à corte. Hoje, Brasília está tomada por parentes de ministros com escritórios de advocacia. De alguma forma, tornou-se comum que familiares de ministros do STF que já advogaram ou advoguem na corte – entre eles, as mulheres de Moraes, Toffoli e Cristiano Zanin, a ex-mulher de Gilmar Mendes, o filho do ministro Luiz Fux e a irmã do ministro Kassio Nunes Marques”.
- “Entre 2022 e 2024, o Banco Master bancou ao menos cinco eventos — dos quais quatro no exterior: Nova York, Paris, Londres e Roma –, que contaram com a presença de ministros do STF, como Moraes, Gilmar, Toffoli, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski”, segundo levantamento do Poder360.
- “No Fórum Jurídico Brasil de Ideias, realizado em Londres em abril de 2024, Moraes, Gilmar e Toffoli compareceram, assim como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, que foi indicado recentemente por Lula para o STF e aguarda sabatina e votação de seu nome no Senado”.
- “A leitura dos editoriais publicados nos últimos dias por O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo revela enfoques distintos, mas convergentes. O Estadão afirmou que conexões pessoais mal explicadas de ministros do Supremo com o Banco Master “arriscam a credibilidade do STF” e colocam a Corte em “terreno pantanoso”, ao converter episódios individuais em um problema institucional”. (Revista Piauí – O Código Master).
Os Templários Tupiniquins estão umbilicalmente ligados ao Poder Executivo, dirigido por um semi-analfabeto, condenado-descondenado, cujo governo gastou 6 bilhões na Cop30 para absolutamente nada, faliu as Estatais, assaltou os aposentados brasileiros, fez outro rombo de 6 bilhões nos correios e faz gabolices e propaganda de seus feitos inexistentes, em pleno Natal, com dinheiro público, dizendo a todos que é candidato a reeleição. Comete um crime contra a nação e contra os pagadores de impostos. Nenhum poder se manifesta. Nenhum Procurador. Nenhum Promotor. Nem Ministério Público. Muito menos a Justiça Eleitoral, que afirma possuir as urnas eletrônicas mais seguras do mundo, mas nenhum país quer sequer vê-las, quanto mais utiliza-las. E quem falar contra elas vai preso.
O intestino de Bolsonaro, esfaqueado, esfacelado, arruinado pela lâmina cortante do esquerdista, fez contraponto a tudo isso, enquanto os jornalistas de plantão esperam para anunciar sua morte. Não seu cérebro, não seus olhos, não seu coração, mas seu intestino observa e reflete:
- “Bancos, contratos, voos, telefonemas, assaltos a aposentados, tramas infinitas, festas para acertos escusos, riquezas com dinheiro público... Os Templários Tupiniquins exigem rigor, ética, transparência, honestidade de todos os brasileiros, então por que não cumprem nada disso”?
Séculos depois da criação dos Cavaleiros Templários ou Cruzados, as autoridades continuam mentindo, perseguindo, prendendo, matando e enganando o povo. Buscam a permanência no poder, até aparecer um outro homem que derrube o grupo e comece tudo outra vez.
Eu finalizo parafraseando as palavras de “Hamlet”, na obra de William Shakespeare, que abre esse texto publicadas no “Diário Estóico”:
- “Mortas, enterradas, transformadas novamente em barro, essas pessoas que tanto mal causaram ao mundo e se diziam poderosas e invencíveis, que esse barro imprestável em vida, do qual foram produzidos seus corpos, sirva na morte ao menos para tapar as frestas da tapera em ruínas, onde mora o pobre favelado que ouviu todas as mentiras de picanha e cerveja, recebeu bolsa família, pé-de-meia, sofreu perseguições, foi mantido na miséria e no cabresto para votar no governo e nunca teve oportunidade verdadeira durante sua existência”.
Bom Ano Novo a todos!
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)













